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As pessoas estão insatisfeitas com o desenvolvimento digital das cidades e os serviços de baixa qualidade oferecidas nos locais que vivem. Um estudo aponta que um em cada três moradores pesquisados deseja deixar sua cidade devido aos desafios que enfrentam no local. Em contrapartida, a mesma pesquisa identificou que 73% dos 10.000 cidadãos entrevistados em dez países, que usaram iniciativas de cidades inteligentes, estão mais felizes com sua qualidade de vida, sobretudo em relação a questões de saúde, como a qualidade do ar.
Esse resultado vai ao encontro da crença de 60% dos cidadãos entrevistados, que acreditam que cidades inteligentes são sinônimo de sustentabilidade e melhores serviços. Os pesquisadores da Capgemini Research Institute perguntaram aos moradores quais desvantagens de viver na cidade os fariam mudar, variando de saúde e qualidade de vida a questões de sustentabilidade. As pessoas apontaram o alto custo de vida como o maior problema (52%), altos níveis de poluição (42%) e falta de segurança pública (40%), respectivamente.
A pesquisa “Street Smart: Colocando o cidadão no centro das iniciativas de cidades inteligentes” usa a definição da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa para cidades inteligentes: “Uma cidade inteligente e sustentável é uma cidade inovadora que usa tecnologias de informação e comunicação (TICs) e outros meios para melhorar a qualidade de vida, eficiência de operação e serviços urbanos, e competitividade, garantindo que atenda às necessidades das gerações presentes e futuras no que diz respeito aos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais
Além dos cidadãos entrevistados em abril de 2020, a pesquisa também entrevistou 300 funcionários municipais sobre suas opiniões acerca das iniciativas de cidades inteligentes e os desafios de implementação. O relatório mostra que apenas 22% das autoridades municipais começaram a implementar algumas iniciativas, embora a maioria dos cidadãos que experimentam essas iniciativas estejam mais satisfeitos com a qualidade de vida que têm.
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Na verdade, o relatório mostra que 54% dos cidadãos acham que as empresas de tecnologia seriam mais capazes de fornecer serviços urbanos do que as autoridades da cidade atual.
Falta de experiência em tecnologia, financiamento limitado e visões pouco claras para este trabalho dificultam a implementação dos projetos, segundo o estudo. Dessa forma, o relatório sugere que as autoridades municipais e os cidadãos trabalhem com startups, institutos acadêmicos e fundos de capital de risco, “com foco na confiança, inovação e dados como os principais motivadores”.
Apesar dos desafios, alguns locais já conseguem implementar soluções de cidades inteligentes que melhoram a qualidade de vida dos moradores. A pesquisa diz que os cidadãos estão mais dispostos a usar e a pagar por serviços como: conectividade automatizada de edifícios para serviços de emergência; monitoramento remoto de pacientes para idosos; rastreamento de consumo de energia em casa inteligente; sistemas centralizados de automação de energia de prédios para controlar a audição, ventilação e AC; cartão inteligente de acesso baseado em aplicativo para transporte público; monitoramento da qualidade da água em tempo real.
Os principais casos de iniciativas, destacados pela pesquisa, que os cidadãos provavelmente usariam e pagariam pelo serviço envolvem, sobretudo, controle e otimização de recursos com fontes naturais, segurança e mobilidade.
A Berliner Verkehrsbetriebe (BVG), companhia de transporte responsável pelo transporte público de Berlim, desenvolveu o Jelbi, um aplicativo único para acessar todos os meios de transporte públicos, como metrô, ônibus, bondes e balsas. Isso também inclui compartilhamento de bicicletas, caronas e táxis integrando vários aplicativos em um único lugar.
A cidade de Estocolmo está trabalhando com a Ericsson e a Teliato para instalar sensores para monitoramento em tempo real da qualidade da água. Estes também podem ser usados para detecção de derramamento e vazamentos nos dutos, ao mesmo tempo em que monitoram a qualidade da água.
Na região de Cape Fear, na Carolina do Norte, por exemplo, a Duke Electricity instalou medidores inteligentes para permitir que os residentes monitorem o consumo de energia por hora. A cidade de Londres também inovou com seu programa RE: FIT voltado para edifícios públicos. Com este programa, a cidade pretende reduzir as emissões de CO2 em 60% dos níveis de 1990 até 2025, adaptando medidas de economia de energia nesses edifícios.
O edifício mais alto da Costa Leste dos Estados Unidos, o Panorama Tower, implementa para as pessoas que vivem e trabalham lá medidas de segurança, como controle de acesso e sistema de segurança contra incêndio integrado centralmente. Em Seul, a plataforma U-Health usa dispositivos em casas de idosos para monitoramento remoto de saúde.
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