Fonte: Radioagência NP - 27/09/07
Em agosto do 2006, grupos e investidores estrangeiros detinham 5,7% de toda a cana processada no Brasil para produção de açúcar e álcool. Um ano depois, o capital internacional passou a controlar 12% do setor, o que corresponde a mais de 51 milhões de toneladas de cana.
De acordo com a Datagro, empresa que realizou o estudo, o investimento estrangeiro está evoluindo mais rápido do que se previa anteriormente. A consultoria afirma que até mesmo o percentual divulgado já está defasado. Isto porque, na semana passada, a transnacional Bunge anunciou a compra da usina Santa Juliana, em Minas Gerais.
Hoje, a maior fatia do investimento internacional está na principal empresa produtora de açúcar e álcool no Brasil, a Cosan. Cerca de 85% das ações da empresa estão em mãos estrangeira. Para o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), César Sanson, esta situação é provocada pela política do governo federal de incentivar a produção de agrocombustíveis, algo muito preocupante. "O país passou a açúcar o interesse do mercado mundial e despertou uma verdadeira corrida estrangeira pelo álcool brasileiro gerando uma onda de investidores em território nacional, fazendo com que os preços das terras explodissem no País."
Sanson também ressaltou sua preocupação com o trabalho nos canaviais. De acordo com o professor, a atual condição destes trabalhadores tem provocado mortes por exaustão. O estudo realizado pela consultoria Datagro considerou a temporada 2006/2007 para o cálculo, uma vez que a colheita da safra 2007/2008 ainda está em andamento. Atualmente, o Brasil é o maior exportador do mundo de açúcar e álcool.
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