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Osvaldo Conegundes | 27/02/2020
Notícias
Ao falar de calibração de temperatura, parte-se do pressuposto de uma atividade que requer certo tempo para ser realizada. Por isso, automatizar este processo pode trazer muitos benefícios, principalmente no que se diz respeito ao tempo, já que a calibração de temperatura automatizada libera a mão de obra para desempenhar outras funções.
Além do tempo, um dos maiores benefícios da automação de processo de calibração de temperatura está relacionado à qualidade dos dados coletados. O objetivo da calibração é encontrar desvios no elemento e, este desvio é inerente ao elemento sensor, não devendo ser atribuído a condição do técnico. Quando a calibração é realizada de maneira manual, o técnico levanta a rampa e coleta os dados e uma outra pessoa é responsável por digitalizar as informações, por isso, erros podem acontecer durante o processo. A automatização garante que o procedimento e coleta de dados aconteça sempre da mesma maneira, minimizando qualquer tipo de erro de quem faz a calibração, quem digitaliza ou quem produz o certificado.
Cometer algum tipo de erro significa comprometer todo o processo. Por exemplo, se um profissional da calibração estiver fabricando um produto alimentício, é preciso colocar a uma determinada temperatura para que sejam eliminados qualquer tipo de colônia de bactérias. Se o técnico erra e, ao invés de digitar 45°C, insere uma temperatura inferior ou superior, incoerências podem ocorrer quando o certificado for emitido e ainda assim já terá sido fabricado um lote errado. Na indústria farmacêutica e alimentícia, por exemplo, esse erro condena o lote fabricado, resultando em grandes prejuízos. Uma anotação errada na tomada de temperatura pode gerar graves consequências. Automatizar também torna o processo mais seguro.
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A coleta de informações é de fato uma questão crítica no processo de calibração de temperatura. Automatizar promove a segurança no sentido de que tudo está sempre sendo feito da mesma maneira, independentemente do profissional encarregado. Ganha-se agilidade, já que é possível calibrar um número maior de equipamentos de uma única vez. Além disso, os equipamentos entram e saem mais rapidamente do laboratório para a área, resultando em uma redução de inventário. Por exemplo, quando o processo é realizado manualmente, é mais demorado e o técnico não pode deixar a área descoberta. Por isso, é preciso ter outro sensor de temperatura para colocar no local de onde ele retirou o equipamento que está sendo calibrado. Ao dar celeridade nesta rotina, economiza-se muito dinheiro em relação ao inventário. Com isso, a planta fica mais dinâmica e o profissional consegue trabalhar focado naquilo que realmente interessa.
Apesar dos benefícios, a automação de processo de calibração de temperatura ainda é um desafio na indústria, pois muitos ainda acreditam que robotizar essas atividades pode tirar postos de trabalho. Certamente, isso não é verdade. Sempre serão necessárias pessoas para fazer os procedimentos e verificar os certificados depois que estão finalizados. É imperativo quebrar esse paradigma. A automatização não gera desemprego e pode, inclusive, propiciar a abertura de novas vagas de trabalho.
Um exemplo é escalabilidade proporcionada pela automatização. Com o ganho de produção e mais qualidade, a indústria tende a crescer e pode atingir novos mercados, aumentando a receita. Diferenciais como segurança na entrega de dados para o cliente, gera credibilidade e rapidez na resposta para os mesmos. As empresas ganham competitividade e têm a oportunidade de adentrar em mercados que nunca acessariam.
A indústria farmacêutica é um dos setores mais maduros em relação a automatização. As empresas deste segmento possuem departamentos específicos de manutenção e instrumentação para garantir que a planta e a produção estejam funcionando. Dentro desta indústria, existe um time de "validação" que é responsável pela qualidade do produto final fabricado. Essa equipe realiza a calibração dos sensores de temperatura para que possam validar estufas e geladeiras, por exemplo.
No entanto, a automação de processo de calibração de temperatura ainda não é uma realidade na maioria das empresas. Mais do que o investimento, a falta de conhecimento é um grande empecilho. Por exemplo, a empresa pode ter um equipamento (um hardware) que não tem a capacidade necessária, mas não sabe que existem soluções que podem dar a autonomia e escalabilidade que precisa. É curioso, mas muitas empresas, justamente por saberem que a calibração de temperatura toma muito tempo, não realizam a calibração completa do sensor de temperatura, fazendo somente a parte eletrônica. No entanto, dentro do processo de calibração, o elemento que mais contribui para o erro é o sensor. Por isso, se o profissional corrige eletronicamente, mas não calibra o sensor, corre o risco de gerar uma série de problemas dentro das instalações e dos processos das indústrias.
A necessidade de atingir resultados consistentes constitui um dos motivos mais importantes para a automação de processo de calibração de temperatura. Manter a regularidade desta calibração traz benefícios consistentes como qualidade ampliada e produção mais uniforme, baixo custo operacional devido à confiabilidade aprimorada, acesso a novos mercados, controle de qualidade, controle de produção, e maior confiabilidade na medição e resultados dos testes.
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Osvaldo Conegundes
É Gerente de Produto da Fluke do Brasil, companhia líder mundial em ferramentas de teste eletrônico compactas e profissionais.
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