BNDES estuda criar fundo de aval para crédito às pequenas empresas

Fonte: Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil - 25/09/07
   
O grande impedimento para pequenas e médias empresas brasileiras terem acesso às linhas de financiamento do BNDES é a exigência legal das certidões negativas de débitos (CNDs), que poucas delas conseguem obter.

Esse problema poderá ser resolvido em breve, prometeu o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, em palestra realizada hoje, dia 24, em São Paulo, no Clube Homs, a convite da ADVB, com a criação do Fundo de Aval às Pequenas Empresas.

Coutinho não forneceu detalhes desse fundo, mas adiantou que, depois da sua criação, o número de pequenas empresas, que têm acesso às linhas de crédito do banco, que é, hoje, de 200 mil participantes, poderá crescer três ou quatro vezes. "Essa é uma determinação explícita do presidente Lula", disse Coutinho, "que quer o BNDES dando apoio financeiro e tecnológico às pequenas empresas brasileiras".

Os pedidos encaminhados ao Finame, programa de financiamento de máquinas e equipamentos, operado pelo BNDES, tiveram elevação de 40% nos últimos 12 meses, revelou Coutinho, o que "nos faz prever, para 2008, o início de um novo ciclo de investimentos".

De acordo com o presidente do BNDES, a economia brasileira deu uma prova de robustez, ao permanecer, pelo menos até agora, incólume, à crise do setor imobiliários, ocorrida nos Estados Unidos.

Coutinho elogiou a recente queda de meio ponto percentual na taxa de juros americana e previu que tal medida abrirá espaço para que também os juros básicos do País continuem com a sua tendência de queda.

"Até o momento", disse o presidente do BNDES, "nem o setor financeiro e bancário brasileiro nem o setor industrial - exceção feita àqueles segmentos prejudicados pela taxa de câmbio - foram afetados pela crise americana. Se ela não for estancada e vier a 'contaminar' o crescimento das economias dos países industrializados, os emergentes - liderados por China, Índia, os 'tigres' do Sudeste Asiático e o Brasil - terão condições plenas de compensar a eventual retração delas".

Coutinho esclareceu que os 162 bilhões de dólares, que é o total hoje das reservas internacionais do País, formaram um "colchão" de segurança, impedindo até agora qualquer risco de "contágio" por parte da crise americana. "Tanto isso é verdade", concluiu o presidente do BNDES, que "o real só se desvalorizou, em média, 5% em relação ao dólar".

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