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Montadoras com alto desempenho em eficiência energética se preparam para requerer, já a partir de outubro, benefícios antecipados do programa Rota 2030 que podem atingir de um a dois pontos porcentuais de redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos que ultrapassarem sua meta de qualificação em 5,7% e 10,8%, respectivamente.
Mobilidade sustentável tem sido tema central nos pronunciamentos dos CEOs das montadoras locais, principalmente nos últimos 12 meses. A intenção clara é a de se alinhar à discussão global sobre redução de emissão de gases de efeito estufa (CO2) e de emissões de gases poluentes, com o diferencial de que no Brasil o “frenesi” pela adoção de veículos puramente elétricos é, por motivos óbvios, muito mais comedido.
O Monitoramento de Eficiência Energética da Bright Consulting mostra crescente evolução dos veículos vendidos no mercado brasileiro desde a última qualificação obrigatória em 2017. Apesar da grande mudança no mix de venda, com aumento significativo da participação de SUVs, que superou 22% do mercado em 2019, a eficiência energética evolui 2% mesmo com o aumento da massa dos veículos.
Prevemos que as montadoras que atingiram os índices incentivados de benefício de IPI em 2017 no Inovar Auto estão mais próximas de manter o benefício na qualificação de 2022 do Rota 2030, o que corresponderá a mais de 1,4 milhão de veículos beneficiados com redução média de IPI de US$ 300 por veículo. Adicionalmente às metas de eficiência energética, o aumento dos requisitos de segurança com tecnologias de assistência à direção exigidas/permitidas no programa vai aumentar a chance de se atingir o benefício máximo em 2022.
A plataforma digital da Bright Consulting permite identificar as principais estratégias adotadas até o momento pelas montadoras para atingir “compliance” com a legislação e como será a evolução tecnológica nos próximos dois anos. Mitsubishi, Porsche, Toyota e Volvo já atingem as metas de qualificação do Rota 2030, devido principalmente, a menos da Mitsubishi, ao volume de veículos híbridos no portfólio dessas empresas.
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No quadro a seguir podemos identificar a posição relativa das montadoras em dezembro de 2019:
A evolução da adoção de tecnologias que contribuem para a melhoria da eficiência energética e, consequentemente, menor emissão de CO2 destaca a tendência de downsizing para motores de três cilindros e maior utilização de turbocompressores, o que pode ser identificado no quadro abaixo:
A mobilidade sustentável no ambiente brasileiro deve ter seus planos ancorados na complementariedade dos programas Rota 2030, Proconve e RenovaBio. E os reguladores devem ajustar rapidamente à legislação para evitar que riscos ao histórico desenvolvimento dos combustíveis alternativos e da própria indústria se materializem. Destaque para a fase L8 do Proconve, que em razão de um erro conceitual pode liquidar com os motores flex a partir de 2025 pela impossibilidade de atendimento aos limites atualmente propostos.
O Brasil precisa aproveitar o novo ciclo de mudanças nos sistemas de propulsão, para maximizar as vantagens competitivas que a utilização do etanol em motores híbridos nos propicia e participar ativamente dos fóruns globais, cobrando a validação das várias alternativas de motorização, medidas sim a partir do ciclo completo da matriz energética, ou seja, do poço à roda. Este ponto-chave abre imenso espaço para um salto quântico ao futuro se investirmos pesadamente no desenvolvimento da propulsão a hidrogênio a partir do etanol.
Há uma nova chance de criarmos alianças estratégicas com centros de excelência mundiais em pesquisa e desenvolvimento e participarmos com liderança do futuro da evolução da propulsão limpa.
* Por Paulo Cardamone, Bright Consulting
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