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Iniciamos o ano com sinais otimistas com o mercado automotivo brasileiro, que tem perspectiva de crescimento e muitas novidades aguardadas. Como o crédito tem influência direta e importante na hora de o brasileiro adquirir um carro ou uma moto, a recuperação da economia e, consequentemente, de emprego e renda, deve aumentar a confiança do consumidor e ser determinante no momento da decisão de comprar ou trocar esse bem tão querido e presente na cultura brasileira.
A taxa de juros mais baixa e maior disposição dos bancos na oferta de crédito ampliarão a parcela da população que terá mais possibilidades e facilidades para comprar (ou trocar) o carro ou a moto. As pesquisas que realizamos na Webmotors também indicam uma tendência promissora para 2020 ao indicar que 88% dos usuários do site afirmaram que almejam trocar de carro esse ano, ao passo que 93% do público que ainda não possuem um veículo têm intenção de adquirir em 2020.
Nesse contexto, a internet ganhará ainda mais relevância na busca pelo carro ideal. Atualmente, 90% dos consumidores já iniciam a procura do veículo pela web. Nas plataformas automotivas online, eles comparam os modelos, assistem vídeos, tiram dúvidas e consultam opiniões. Esse continuará sendo o maior e principal canal de início do processo de compra e as lojas e concessionárias continuarão a ser o principal lugar para finalizar esse processo de compra.
É fato que o brasileiro continua querendo tangibilizar fisicamente um bem dessa modalidade antes de fechar negócio. O que mudou nesse processo, porém, é que no passado (há cerca de dez anos) ele ia em oito lojas, em média, para concluir a decisão de compra e, agora, com as pesquisas on-line, ele visita apenas duas lojas. Ou seja, o comprador já chega mais decidido e informado. Dessa forma, os pontos de venda que terão preferência serão aqueles que entenderem isso.
Por esse motivo, a importância de capacitar fortemente as equipes para receber esse consumidor e ter uma estratégia muito clara para conseguir influenciá-lo e impactá-lo ainda enquanto ele estiver utilizando as plataformas de busca. Prospectar um cliente na rua não tem mais a mesma eficiência.
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Em relação a 2019, então, não vai mudar muita coisa? Vai mudar sim. E muito, pois os dados serão cada vez mais importantes. Entender todo o ciclo de compra e venda de um carro ou moto e saber o melhor momento de abordar o consumidor com a oferta certa será o fator decisivo para ganhar o jogo. Quanto mais eficiente e assertivo o mercado for nessa estratégia, mais conseguirá crescer.
Falando um pouco de segmentos, o SUV continuará sendo a categoria que mais vai crescer – de forma muito consistente, esse modelo de carro caiu no gosto do brasileiro. As vendas dos utilitários esportivos são as que mais cresceram no mundo todo. Segundo a Fenabrave, apenas no Brasil, a categoria foi responsável por 26,6% das vendas totais de veículos de passeio em 2019. De acordo com uma pesquisa feita pela Webmotors, o usuário que já tem um carro demonstra vontade de trocá-lo por um sedã ou SUV.
E as inovações? E os carros elétricos, autônomos e voadores? Não vai acontecer nada em 2020? Bom, desculpe por decepcionar os entusiastas do tema (do qual também sou), mas, em termos de vendas ou representatividade, entendo que não acontecerá já em 2020. Com certeza, o que presenciaremos é uma evolução enorme em termos de custos dessas tecnologias, o que é um passo fundamental para gerar um posterior ganho de escala. Não me surpreenderia que, já neste ano, descubram uma forma de o custo da bateria dos carros elétricos cair de forma significativa e poder ser escalado, de facilitar a instalação de infraestrutura necessária para o carregamento e ajudar o consumidor desses veículos. Com isso, teremos primeiro esse aumento de representatividade na Europa, Estados Unidos e China, chegando um pouco mais tarde aqui no Brasil.
Outra mudança também virá da conectividade dos veículos, que ainda está muito concentrada no segmento de carros de luxo. Mas, como qualquer nova tecnologia, surge cara e, em pouco tempo, fica mais acessível. Acredito que teremos grandes novidades por aqui.
E quanto aos jovens? Será que a diminuição de interesse em ter o primeiro carro impactará as vendas do mercado em 2020? Acredito que não por dois fatores: 1) essa eventual queda de vendas nesse segmento será mais que compensada pelos fatores que citei no início do artigo em relação à economia e à inclusão de milhares de consumidores que ainda não completaram 18 anos, mas que sempre quiseram ter um carro e a situação não permitia; 2) vale a reflexão que, mesmo que em uma situação utópica onde 100% dos jovens passam a andar de carros por aplicativo, isso quer dizer que continuará tendo demanda por mais veículos para essa modalidade de transporte.
Poderia seguir aqui com mais uns dez parágrafos com as razões do meu otimismo. Mas, como tenho muita convicção no que escrevi, paro por aqui para trabalhar com afinco e aproveitar esse bom momento. Um fantástico ano para todos nós!!!
* Por Eduardo Jurcevic, CEO da Webmotors
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