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De olho em “jovens velhos”, que nas décadas de 1980 e 1990 colocaram no pedestal de seus desejos de consumo as versões esportivas dos antigos Gol e Passat 1.8, a Volkswagen relança a sigla GTS no Polo 1.4 turbo de 150 cavalos. O modelo foi apresentado ao público ainda na forma de protótipo no Salão de São Paulo de 2018 e chega agora às concessionárias da marca por R$ 99.470 – e mais R$ 2,4 mil pelo sistema de som Beats de 300 W e outros R$ 1.570 por uma das três opções de pintura metálica, fazendo o preço máximo subir a 103.440. Também já está marcada a data de chegada de um segundo GTS, o sedã Virtus, a ser lançado em fevereiro.
Com preços bastante elevados para um hatch compacto, a fabricante estima que o GTS deverá representar em torno de 5% das vendas do Polo, entre 300 e 400 unidades/mês ou 3,4 mil a 4,8 mil/ano – o modelo lançado em 2017 nas versões 1.6 aspirado e 1.0 turbo terminou 2019 com 72 mil emplacamentos e foi o nono carro mais vendido do País. Mas o presidente da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, avalia que o símbolo GTS ainda tem muita força no mercado brasileiro e poderá acalçar 10% dos emplacamentos do Polo.
“O GTS é um ícone da Volkswagen no Brasil, ainda existem milhares de consumidores que associam esse símbolo de esportividade à marca. São pessoas que 30 anos atrás não podiam comprar [um Passat ou Gol GTS] e hoje poderão ter o Polo GTS. A sigla tem muito apelo e por isso é importante em nossa estratégia de lançamentos”, avalia Pablo Di Si.
Devido à essa herança histórica e preço elevado da versão, a área de marketing da Volkswagen estima que o grosso do público comprador do GTS será formado por homens de 35 a 49 anos, com renda mensal superior a R$ 15 mil. As versões GTS do Passat 1.8 foram produzidas de 1986 a 1989 e o Gol GTS 1.8 foi vendido de 1987 a 1991. Portanto, os admiradores adolescentes da sigla na época devem ter hoje mais de 50 anos.
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Aversão mais cara e nervosa do Polo
Posicionado no topo da gama, o Polo GTS é uma versão mais esportiva na aparência do que na essência. O powertrain não recebeu nenhuma preparação especial para render mais – é o mesmo motor quatro-cilindros 1.4 turbinado de 150 cv e 250 Nm de torque máximo (fabricado pela VW em São Carlos, SP) e a mesma transmissão automática de seis marchas Aisin (importada do Japão) que são usados em versões de entrada de outros modelos da marca, como o extinto Golf nacional e o Jetta mexicano. Isso não quer dizer, no entanto, que o Polo GTS seja fraco: o desempenho da motorização e câmbio é mais que suficiente para garantir uma tocada esportiva divertida, com acelerações rápidas.
O carro anda bem, faz de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos e chega à velocidade máxima de 207 km/h, segundo medições da VW. Faz bastante diferença a "esperteza" da moderna família de motores turbinados TSI da fabricante, que no caso do 1.4 usado no GTS tem torque de 250 Nm disponível já a partir de 1.500 rpm. “É isso que garante o dinamismo do carro”, explica José Loureiro, gerente de desenvolvimento de produto da Volkswagen.
As mexidas para conferir comportamento mais esportivo ao Polo GTS foram feitas especialmente na suspensão, usando eixo rígido traseiro e barra estabilizadora dianteira com maior rigidez torcional, “para reduzir o rolamento lateral”, segundo Loureiro.
Também foi feita uma programação eletrônica para o modo de condução esportiva que, quando selecionado pelo motorista, reduz um pouco a assistência elétrica da direção (para torna-la mais rígida) e encurta o tempo de aceleração e alonga as trocas de marcha. A configuração eletrônica também eleva artificialmente e exageradamente (na opinião deste escriba) o ruído do motor ouvido na cabine, para no caso elevar a sensação auditiva de esportividade. Do lado de fora, o ronco um pouco mais alto do GTS em relação a outras versões do Polo vem do escapamento com diâmetro um pouco maior e saída dupla.
Na aparência externa, a maquiagem esportiva inclui spoiler e saias em plástico preto. Os retrovisores também são pintados de preto. A grade dianteira tem desenho de colmeia diferente das outras versões do Polo e friso vermelho que “assina” a versão GTS. Faróis e lanternas de LED colaboram para sofisticar o desenho externo.
Topo de linha completo
A lista bastante completa de equipamentos de série do Polo GTS é baseada na versão mais cara do 1.0 TSI Highline. O modelo vem com controle eletrônico de estabilidade e tração (ESC/ASR), freios a disco nas quatro rodas (que garantem frenagens de 100 km/h a zero em 38,4 metros, segundo a VW) e sistema start-stop de segunda geração, que desliga o motor um pouco antes da parada total em semáforos ou no trânsito, o que eleva a economia de combustível no tráfego urbano. O consumo combinado (estrada e cidade) divulgado pela fabricante é de 12,2 km/l com gasolina E22 e de 8,4 km/l com etanol 100%.
O hatch esportivo vem bem recheado, incluindo volante esportivo multifuncional, a central multimídia e o quadro de instrumentos 100% digital Active Info Display, configurável em várias aparências e que pode espelhar o mapa de navegação por GPS. Os bancos têm desenho exclusivo, com costuras vermelhas e encosto de cabeça integrado. O painel, no entanto, é feito do mesmo plástico espartano das outras opções, com acabamento que destoa de um carro de R$ 100 mil.
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