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A Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) vai investir R$ 110,8 milhões para preparar a linha de montagem da fábrica de Resende (RJ) para o início da produção em série do caminhão elétrico e-Delivery, no segundo semestre de 2020. A empresa já tem um acordo de compra de 1,6 mil unidades do veículo por parte da fabricante de bebidas Ambev e de seus distribuidores.
A montadora entregou dois modelos para testes da Ambev que, há um ano, estão sendo usados em serviços de entrega de bebidas em São Paulo. Até o fim do mês colocará mais 17 protótipos para testes de validação no campo de provas da marca e nas ruas.
Segundo a empresa, os testes feitos pela Ambev até agora, com mais de 15 mil quilômetros rodados, indicam que deixaram de emitidos cerca de 11 toneladas de CO² na atmosfera e foram economizados o equivalente a 3,3 mil litros de diesel.
Segundo informou nesta quarta-feira, 4, o presidente da VWCO, Roberto Cortes, o investimento está inserido no programa de R$ 1,5 bilhão previsto pela empresa entre 2016 e 2021. Desse plano ainda restam R$ 850 milhões a serem aplicados. Boa parte do valor destinado à linha de elétricos virá de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimentos Econômico e Social (BNDES).
Cortes disse que os recursos serão destinados à adaptação do centro de desenvolvimento e produção do e-Delivery e também para seu desenvolvimento e lançamento.
O grupo estuda também a produção de ônibus elétrico e, recentemente, fez parcerias com oito fornecedoras de peças e serviços que vão integrar um consórcio modular para a produção de veículos elétricos, chamado e-Consórcio. Com isso, vai replicar o sistema que reúne montadora e principais fornecedores de peças no mesmo complexo.
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Entre as empresas que estarão no e-Consórcio estão a Weg (motores), CATL e a Moura (baterias), Bosch (sistemas elétricos) e a Siemens (serviços e sistemas de recargas de baterias).
Cortes prevê crescimento de até 10% para as vendas totais de caminhões em 2020, algo entre 110 mil e 113 mil unidades, ainda muito longe do recorde atingido pelo setor em 2011, quando foram vendidos 172 mil veículos.
O setor chegou ao pior resultado dos últimos anos em 2016, com vendas de apenas 50 mil caminhões, e começou uma recuperação no ano passado, com crescimento de 46%. Neste ano, a alta deve ficar em 36%, com pouco mais de 100 mil unidades vendidas.
Para o executivo, a prioridade neste e no próximo ano é a recuperação de margens. "Desde a crise, tivemos resultados negativos em 2014, 2015 e 2016 e começamos a recuperar lentamente a partir da segunda metade de 2017, mas ainda estamos muito aquém das nossas necessidades, inclusive para poder reinvestir", diz.
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