Começar numa nova empresa é uma alegria: novos amigos, novas atividades; porém, algumas dificuldades fazem parte do processo!
“Sua tarefa é descobrir seu trabalho, e então com todo o seu coração, dedicar-se a ele”. Buda
Começar numa empresa é um desafio. Pode ser uma vaga temporária, um estágio, um job ou até um trabalho full time: a adrenalina é alta! As alegrias e descobertas serão intensas, mas alguns desafios fazem parte do processo. Algumas situações, no entanto, podem ser evitadas se levarmos em consideração que não nascemos sabendo tudo, o que é muito bom. Que tipo de desafio teríamos para aprender coisas novas?
Podemos decidir várias coisas em nossa vida: onde vamos comer, qual filme vamos ver, quais séries vamos acompanhar, onde faremos nossas compras e por aí vai, em várias situações como estas o comando é nosso! Quando a gente começa numa nova empresa, nossas decisões não serão tão variadas e individuais. A dinâmica é outra, nada que não se aprenda com o tempo. Existem papéis definidos e os mais sábios acatam. Há hierarquias, a estrutura é mais formal e alguns jovens eventualmente poderão sentir falta “daquela tal liberdade”. É um choque natural, mas passageiro. A construção de uma carreira leva tempo e conhecimento. As coisas se ajustam e não convém apressar certos processos.
Apesar dos desafios, é possível começar com o pé direito sim! Primeiro é preciso levar em conta que toda empresa tem um jeito de fazer as coisas, normas, práticas e valores. Esta cultura é importante e deve ser entendida e respeitada. Como as áreas interagem? Quem faz o que? É vital entender nosso papel neste contexto, algo como “quem somos nós na fila do pão”? O que vamos fazer, a quem vamos nos reportar, quem serão nossas interfaces.
Um chefe costumava dizer que numa empresa existem apenas duas funções: quem vende e quem ajuda a vender. Não sei se a coisa pode ser colocada em termos binários, mas nosso trabalho deve auxiliar no atingimento das metas globais da empresa. É importante saber o que podemos fazer ou aprender para que nossas atividades estejam alinhadas com estes objetivos mais amplos, não importa a função. A verdade é que muitas empresas trabalham no modelo de colaboração e quanto antes nos inserirmos nele, melhor! Ninguém é uma ilha, diga-se de passagem.
Um amigo dizia que “tempo de casa é hierarquia”. Ele falava dos funcionários mais antigos da casa. Estas pessoas são importantes para transmitir conhecimento sobre o funcionamento geral da empresa e podem ser bons mentores. Quando as gerações interagem é muito produtivo, porque há conhecimento dos dois lados e a empresa ganha com a riqueza e o diálogo destas vivências. É bom conversar com estas pessoas. Eles têm uma visão muito pratica e abrangente da empresa e sabem o que deve ser feito ou não. Seus conselhos são importantes.
Por mais que você conheça sua área, na prática a teoria é outra, como já dizia Joelmir Beting, por isso, perguntar nunca é demais. Ser curioso demonstra interesse, desejo de aprender, e aumenta a produtividade geral. O conhecimento da empresa não está somente nos servidores ou em seus documentos, mas na mente dos colaboradores que trabalham lá, na interação entre eles, no próprio mercado e até em iniciativas da concorrência, portanto, não dá para saber tudo no primeiro dia ou no primeiro mês, pois a mudança e a inovação são constantes, daí a importância de falar bastante com quem já esta envolvido no negócio. O mais prudente é aprender pela observação e orientação. Ser cordial com todos e ter interesse em ajudar é de muito bom tom. Aprender quais são as habilidades de soft skills exigidas pela empresa e úteis para o desenvolvimento do seu trabalho é sempre bem visto.
Pedi para algumas participantes do Grupo Mulheres de Negócios sugerir dicas para as jovens que estão chegando agora ao mercado. Elas deram feedbacks muito interessantes!
Fernanda Prado comenta que ao sair da Faculdade e trabalhar como engenheira numa construtora, aprendeu com um chefe a nunca dizer "não sei”, mas falar: "neste momento não posso responder, vou pesquisar e dou a resposta o mais rápido possível”, um conselho que ela usa até hoje. Melhor pesquisar antes do que ter que corrigir a informação depois. Outra lição aprendida é entender os motivos pelas quais as coisas acontecem no trabalho; não apenas aceitá-las tacitamente, mas questionar, dentro do possível, porque isto auxilia no crescimento profissional; com mais informações, os resultados tendem a ser mais assertivos e faz com que você saiba o que é esperado e trabalhe naquele sentido, com objetivos claros, mas tem que entender muito bem o que é solicitado. Hoje, atuando como numeróloga, Fernanda entende como os questionamentos são importantes para nossa vida e para uma boa interação com os outros. A troca de experiências, empatia e autoconhecimento são extremamente valiosos no ambiente de trabalho, e em qualquer outro lugar.
Silene Akemi Nishidate Morikawa, especialista em gestão de mídias sociais na empresa “Dá Para Fazer”, lembra que em seu primeiro emprego era bastante responsável com coisas básicas: não chegar atrasada, vestir-se adequadamente - adotar o dress code da empresa, por exemplo, não usar recursos da empresa para fins pessoais e evitar redes sociais durante o expediente, a não ser que isto faça parte de suas atribuições.
Dalva Reibaldi , profissional da área de Procurement, Gestão de Contratos e Projetos na DR Consultoria e Treinamentos, valoriza a importância da compreensão da cultura organizacional, que pode ser conseguido através da interação com os funcionários mais antigos, conhecendo as práticas do negócio e se alinhando com o gestor e suas expectativas.
Lylian Coelho Ferreira, que atua na área de sustentabilidade na Suez Recycling, dá várias dicas que incluem ter um mentor, ser humilde, estar preparada para errar, entender a hierarquia da empresa, fazer concessões ou aprender a dizer não - se o ambiente de trabalho não for saudável ou se as condições financeiras não forem atraentes - apresentar soluções alternativas, pensar no impacto coletivo do seu trabalho, identificar os elementos que agregam valor ao seu trabalho e principalmente ter autoconfiança. Você já chegou lá, agora é desenvolver seu trabalho com dedicação.
É como dizem: nem todos os dias são bons, mas todos os dias têm algo bom para aprender!
Boa sorte!
Gladis
O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.
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Gladis Costa
Gladis Costa é profissional da área de Comunicação e Marketing, com vivência em empresas globais de TI. É fundadora do maior grupo de Mulheres de Negócios do LinkedIn Brasil, que conta com mais de 6200 profissionais. Escreve regularmente sobre gestão, consumo, comportamento e marketing. É formada em Letras, e tem pós graduação em Jornalismo, Comunicação Social e MBA pela PUC São Paulo. É autora do livro "O Homem que Entendia as Mulheres", publicado pela All Print.
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