Fonte: ABIOdiesel - 03/09/07
Empresas de energia elétrica planejam engordar sua receitas já a partir deste ano com a comercialização de créditos de carbono. A Energias do Brasil (EDB), por exemplo, que acaba de receber aprovação do governo federal para o projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Paraíso (MS), prevê com a usina redução de 30,3 mil toneladas/ano de CO2. O projeto ainda será avaliado pelo Conselho Executivo do MDL da Organização das Nações Unidas (ONU).
Além da PCH Paraíso, a EDB tem avalizados pela Comissão Interministerial de Mudanças Climáticas (CIMGC) os créditos das PCHs São João (ES), cuja redução de emissões está estimada em 32 mil toneladas de CO2 ano e de Mascarenhas (ES), a com 50 mil toneladas ano. "Este é um excelente negócio", opina Pedro Sirgado, superintendente corporativo de sustentabilidade e meio ambiente da EDB.
O estudo para a captação de créditos de carbono da PCH Paraíso, começou a ser desenvolvido em julho do ano passado, três anos depois da entrada em operação da usina e faz parte da política do grupo de se adequar ao Protocolo de Kyoto e à da Convenção do Clima.
Na Europa, segundo levantamento da Energias de Portugal -controladora da EDB-, cada Certificado de Redução de Emissões (CER), correspondente a uma tonelada de CO2, vale atualmente entre €10 e € 15. Tomando como base essa cotação, Sirgado estima que a EDB poderá engordar sua receita em € 2,5 milhão (cerca de R$ 6,7 milhões) com seus três projetos, entre 2008 e 2012. Com esses recursos, a EDB pretende desenvolver projetos socio-ambientais nas comunidades onde estão localizados os projetos.
Outra empresa que investiu em usinas de pequeno porte, e também aposta nos créditos de carbono, é a Empresa de Investimento em Energias Renováveis S.A. (Ersa), que comprou 12 projetos de PCHs, em de Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. Juntos com outros quatro já existentes, vão gerar 207,5 megawatts (MW). Todos já estão com licença ambiental prévia, sendo que quatro deles com licença ambiental de instalação.
Constituída em outubro de 2006 com recursos do Pátria Energia, fundo de participações administrado pelo Pátria Investimentos, a Ersa tem como sócios o gestor de fundos norte-americano Eton Park e um Fundo de Investimento em Participações (FIP) que se encontra em fase de constituição e será gerido pelo Bradesco.
"A Ersa já superou seu plano inicial de aquisição de projetos para este ano, mas continua avaliando novas oportunidades em PCHs e em outras fontes de energia renovável, principalmente biomassa", afirma Octávio Castello Branco, presidente da empresa. Com capital de R$ 432 milhões, a expectativa é de alcançar capacidade de geração superior a 600 MW no prazo de cinco anos. Parte do investimento de R$ 2 bilhões, será aplicada na construção de novos empreendimentos de geração.
A consultoria Keyassociados fechou contrato com a Penha Papéis e Celulose e o banco alemão KFW para a compra e venda dos créditos gerados pela empresa. Este é o primeiro projeto de MDL intermediado pela consultoria.
No próximo dia 26 de setembro, a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) realiza, pela internet, o primeiro Leilão de Venda de Reduções Certificadas de Emissão, de titularidade da Prefeitura de São Paulo. Serão leiloados os créditos correspondentes a 808.450 toneladas Projeto Bandeirantes de Gás de Aterro e Geração de Energia.
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