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A matriz energética brasileira é sustentada basicamente pela geração hidrelétrica. Ou seja, cerca de 70% do que se consome no Brasil advém do que é gerado nas usinas pela força das águas dos rios.
Entre as vantagens dessa fonte estão o melhor custo, a baixa emissão de poluentes e o fato de ser renovável. Dados do governo apontam que, até 2030, essa modalidade de geração deverá cair – por insuficiência do potencial – para próximo de 60%, pois, mesmo renovável, já se antecipa que, em algum momento no futuro, a água começará a se esgotar.
De outra parte, a geração hidrelétrica é questionada nos grandes projetos, visto que uma usina causa uma série de impactos devido à área alagada que gera e suas consequentes alterações no meio ambiente e entorno. Estudiosos alegam que os impactos ambientais são irreversíveis e, muitas vezes, podem ser mais prejudiciais que os benefícios de utilizar uma fonte renovável.
Não bastasse esta situação, há que se considerar que o regime de chuvas no Brasil é inconstante. De tempos em tempos os níveis dos reservatórios de água caem drasticamente em quase todo o país.
Ao lado dessa situação, aflora a questão do fornecimento de energia elétrica. Com os rios enfrentando períodos cotas muito baixas, as barragens das usinas encontram dificuldades para sustentar as turbinas de geração.
Ou seja, o Brasil tem que remodelar com urgência sua matriz energética, de forma a dependermos cada vez menos do regime de chuvas para a geração de energia elétrica.
Dentre as alternativas de geração conhecidas, uma das que mais tem atraído a atenção dos investidores privados e consumidores é a solar fotovoltaica, pois oferece a possibilidade das pessoas gerarem sua própria energia, a denominada microgeração distribuída.
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Um estudo da consultoria Boston Consulting Group aponta que a geração distribuída já é uma realidade no Brasil, e deve apresentar um alto crescimento nos próximos anos, devido à irradiação solar e os incentivos para usuários adotarem essa solução.
Neste contexto, seria importante que o Brasil tivesse um programa robusto de estímulo à geração de energia solar – aproveitando sua condição natural de país tropical e ensolarado. Segundo a Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica -, o Brasil está cerca de 15 anos atrasado em relação à outros países, como China, Japão e Alemanha – atualmente, os países que mais investem nesse tipo de energia renovável, mesmo sem a exposição solar que temos.
Levantamento da Absolar mostra que o setor também vive um momento de expansão no Brasil. No ano passado, o número de instalações de sistemas fotovoltaicos cresceu mais de 100%. A geração distribuída, que engloba os consumidores individuais, empresas, comércio e indústrias, registra hoje mais de 20 mil sistemas fotovoltaicos em operação. Apesar disso, o país ainda está abaixo do seu potencial energético.
Recente projeção da EPE – Empresa de Pesquisa de Energia – aponta que o país terá, em 2024, mais de 1 milhão de sistemas fotovoltaicos em funcionamento. Em 2030, o objetivo é alcançar 25 GW de capacidade instalada por meio de investimentos de mais de 125 bilhões de reais.
Pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência no ano passado mostrou que 89% dos brasileiros desejam gerar energia renovável em casa, o que poderá tornar realidade as projeções da EPE.
Ministério de Minas e Energia acaba de lançar relatório sobre a geração distribuída
Depois de três anos de trabalho, o Ministério de Minas e Energia finalmente terminou e publicou o relatório do ProGD, o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica.
Segundo o Ministério, o trabalho foi feito para ampliar e aprofundar as ações de estímulo à geração de energia pelos próprios consumidores, com base nas fontes renováveis de energia, em especial a solar fotovoltaica.
O relatório, de mais de 200 páginas, cobre um leque bastante amplo de temas, desde o financiamento, à regulação e impactos nos modelos existentes de negócio do setor elétrico, e pode ser lido clicando aqui.
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