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A queda nas cotações internacionais e a maior estabilidade cambial no Brasil devem exercer pressão para o recuo dos preços de aços planos no mercado doméstico para evitar o avanço das importações.
"Estamos observando estabilidade e até uma ligeira queda na cotação internacional. Por isso, é possível que ocorra um ajuste de preços, para evitar que o mercado doméstico seja inundado por importações", avalia o analista da Tendências Consultoria, Felipe Beraldi.
De acordo com o presidente executivo do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Jorge Loureiro, atualmente o setor trabalha com dólar no patamar máximo de R$ 3,75. "Nesse nível, ninguém fala em aumento. Se cair para R$ 3,60, pode subir o prêmio e as usinas teriam que baixar os preços", declarou o dirigente em coletiva de imprensa nesta terça-feira (22).
A entidade informou que a atual diferença entre os preços de aço produzidos no Brasil e o importado, conhecida como prêmio, está em 15%. "Esse nível já preocupa as usinas e os importadores estão tentando prever se o dólar irá seguir em queda", assinala Loureiro.
O dirigente explicou que a China estabilizou os preços e os Estados Unidos apresentaram queda. "Estava muito distorcido, causado pelas restrições e impostos, e gerou reclamações da indústria automotiva norte-americana. Acredito que tenha espaço para cair ainda mais."
A ausência de aumento de preços em um horizonte próximo ajudou a reduzir o ritmo de vendas no Brasil em dezembro. "Ocorreu um movimento de postergar a compra, esperando uma redução de preço. É possível que esse reajuste aconteça, mas não é uma garantia", destaca Loureiro.
Beraldi ressalta que os possíveis efeitos das ações da China, maior produtor global de aço, para segurar a desaceleração econômica do país geram dúvidas sobre as cotações. A queda da demanda interna tem impedido reajustes nos valores do insumo. "Isso cria incerteza para as matérias-primas em 2019."
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Expectativas
O Inda estima crescimento de 10% nas vendas em 2019. "Desde 2017, é observada uma melhora da demanda doméstica por aço, condicionada pelos aços planos", aponta Beraldi. "Isso é puxado especialmente pelo setor automotivo. Em 2019, o consumo deve seguir em crescimento, ajudado por uma melhora na produção de bens de capital."
Loureiro condiciona o avanço de 10% ao crescimento de 3% do PIB nacional. "O primeiro trimestre deve ser negativo, pois esse período foi muito bom em 2018", aponta. "Mas o nível deve voltar ao de novembro e crescer 40%, após um resultado fraco em dezembro." No último mês do ano passado, os estoques somaram 5 meses, número considerado elevado.
Em 2018, o setor fechou com crescimento de 4,2% nas vendas, atingindo 3,094 milhões de toneladas. "Foi abaixo da expectativa, imaginávamos ficar acima de 5%", aponta o dirigente. As compras apresentaram incremento de 5,4% sobre 2017, totalizando 3,133 milhões de toneladas.
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