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Fonte e foto: Agência Fapesp - 05/03/2007
À primeira vista, o projeto lembra uma laranja gigante esmagada, mas se trata de um robô autônomo, ou seja, uma máquina com a capacidade de se mover e executar operações sem ser controlada a distância. E sua tarefa tem exatamente a ver com isso: distância.
O objetivo dos cientistas responsáveis pela missão Deep Phreatic Thermal Explorer (Depthx), da Nasa, é fazer com que o robô de 2,5 metros de diâmetro mergulhe em uma profundidade desconhecida.
O alvo do veículo é uma dolina, nome que se dá à depressão circular que ocorre na superfície de terrenos calcários, formada pelo abatimento de solo e rochas do teto de uma caverna com drenagem subterrânea.
Após ter passado com sucesso em teste realizado em fevereiro, quando mergulhou em uma dolina com 115 metros de profundidade, os responsáveis pela missão concluíram que o robô está pronto para encarar o Zacatón, maior formação do tipo no mundo. Localizado no estado mexicano de Tamaulipas, o Zacatón foi formado pelo colapso de uma câmera, que foi dissolvida pela água quente e ácida de origem vulcânica. Não se sabe qual a distância: mergulhadores já desceram a 282 metros sem ter o menor sinal do fundo.
O robô está equipado com um software tridimensional de localização e mapeamento simultâneo, que permite a movimentação por áreas completamente desconhecidas. Após o mapeamento, o robô passa a empregar o sonar para identificar e evitar obstáculos.
O projeto está sendo conduzido em conjunto por pesquisadores de diversos institutos norte-americanos. No mês passado, o robô autônomo se comportou “de maneira fenomenal”, segundo Bill Stone, líder da missão. “O fato de ele ter se deslocado com grande fluidez e sem sofrer acidentes por um espaço complicado e em profundeza inexplorada anteriormente é notável. Ele exibiu uma capacidade nunca antes demonstrada em um veículo submarino autônomo”, disse Stone em comunicado da Universidade Carnegie Mellon, uma das participantes do projeto.
A exploração do Zacatón tem início previsto para maio. A Nasa financia a missão motivada pela oportunidade de desenvolver e testar tecnologias que possam ser usadas no futuro na exploração de oceanos escondidos sob superfícies congeladas em Europa, uma das luas de Júpiter.
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