Caminhões têm vendas e produção em alta, mas longe do recorde

Semestre termina com com evolução de 49,3% nos emplacamentos e sem regras de eficiência energética pelo Rota 2030

Os primeiro seis meses de 2018 foram bastante positivos para as vendas de caminhões. A Anfavea, entidade que representa os fabricantes de veículos, aponta que 32 mil veículos foram emplacados entre janeiro e junho, com evolução de 49,3% na comparação com o mesmo intervalo de 2017. “É um número ainda distante dos anos recorde, mas que mostra crescimento forte e importante”, avalia Antonio Megale, presidente da associação das montadoras. 

Em junho o resultado ficou praticamente estável em relação ao mês anterior, com leve aumento de 1,4% nas vendas e de expressivos 35,2% em relação ao registrado há um ano. Já a produção de caminhões teve em ritmo menor no primeiro semestre. Com 49,5 mil unidades, houve evolução de 37,7% em relação ao mesmo período de 2017. Em junho foram fabricadas 8,6 mil unidades, volume 16,3% superior ao anotado em maio e ainda 27% maior do que o de um ano atrás. Megale aponta que os resultados foram afetados pela greve dos caminhoneiros: 

“Apesar de ter durado apenas alguns dias no fim de maio, a paralisação teve impacto na confiança na economia.”, observa Megale.

As exportações do segmento evoluíram 5,1% no ano, para 14,3 mil unidades. Em junho foram vendidos em outros países 2,4 mil caminhões nacionais, número 39% maior que o de maio, mas 11% inferior ao de junho do ano passado. 

O segmento de ônibus teve resultados mais tímidos, com 5,5 mil licenciamentos nos seis primeiros meses do ano, número que representa retração de 7,2%. Em contração de 27,5% sobre maio, junho contou com a negociação de 909 chassis. Apesar da baixa sobre o mês anterior, o volume supera em 13,8% o registrado há um ano. A produção das fabricantes do segmento chegou a 14,9 mil unidades no acumulado do ano, com evolução de 49,7%. Boa parte deste volume foi destinado às exportações, que avançaram 15,1% para 4,7 mil chassis.


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Apesar da movimentação do primeiro semestre, a Anfavea manteve as projeções que traçou no início deste ano. A entidade espera que o mercado interno encerre 2018 com 79,5 mil veículos pesados vendidos, somando caminhões e ônibus, com expansão de 24,7%. Já a produção tende a alcançar 15,4 mil unidades, com expansão de 11,3%. 

Rota 2030 sem eficiência energética para caminhões

O aguardado Rota 2030, conjunto de regras para a indústria automotiva que foi anunciado na quinta-feira, 5, após mais de um ano de negociações, ainda não define metas de eficiência energética para o setor de caminhões. “O Rota 2030 terá três ciclos de cinco anos. É um assunto complexo porque não há no mundo regras muito definidas para veículos pesados. Vamos discutir e pensar na implementação de metas de eficiência no segundo ciclo”, diz Megale. 

Os grupos de trabalho que desenharam o programa chegaram a discutir eficiência energética para caminhões, algo que era defendido principalmente por fornecedores da cadeia produtiva. Fonte envolvida na negociação apontou que houve resistência das montadoras em avançar para definir objetivos de melhoria de consumo e de emissões para caminhões. 

Apesar de o segmento não ter recebido definições nessa área, os veículos pesados serão impactados pela exigência de novos itens de segurança, como acontece com as fabricantes de veículos leves. “Teremos um cronograma específico de introdução de tecnologias de segurança em modelos pesados”, detalha Megale.


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