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Para impulsionar o mercado de veículos elétricos e desenvolver uma nova cadeia de valor no Brasil, a CPFL Energia propõe a criação de uma estratégia nacional em torno da mobilidade elétrica. Essa é uma das conclusões do estudo elaborado pela Companhia, maior grupo privado do setor elétrico brasileiro, a partir do desenvolvimento do projeto de P&D Emotive, que analisou durante cinco anos o impacto dos veículos elétricos para o mercado de energia elétrica e para o País.
As conclusões do projeto Emotive mostram que a mobilidade elétrica tem grande potencial no Brasil, impulsionando o advento de uma nova cadeia de valor na economia brasileira. Com a expansão da mobilidade elétrica, novos negócios poderão ser desenvolvidos para atender à demanda dos consumidores por uma mobilidade sustentável em um contexto de crescente restrição das emissões de poluentes e estrangulamento das grandes cidades.
Do ponto de vista da oferta de novos serviços ao cliente, a expansão da mobilidade elétrica traz as seguintes oportunidades: 1) operadores da infraestrutura de recarga; 2) instaladores de eletropostos; 3) Vehicle to Grid (V2G) - devolução da energia dos veículos elétrico para a rede ou residências; 4) car sharing (compartilhamento de veículos); 5) táxis elétricos; 6) second life para baterias (reutilização); 7) seguros para veículos elétricos.
Na ótica da indústria automotiva, as oportunidades para o Brasil são: 1) desenvolvimento de uma indústria de ônibus elétricos e híbridos movidos a etanol; 2) comercialização de veículos elétricos de baixa velocidade; 3) desenvolvimento de motor híbrido flexpower; 4) além do próprio serviço de compartilhamento de veículos elétricos.
O fortalecimento da mobilidade elétrica no País ainda depende, contudo, de mecanismos para vencer os principais entraves da tecnologia, como o alto custo de aquisição do veículo elétrico, causado pela ausência de produção nacional e tributação, e a infraestrutura de recarga incipiente. Os estudos mostraram que, caso haja estímulo financeiro do mercado e avanços tecnológicos, o cenário deve ser favorável à expansão dos veículos elétricos.
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Em um cenário mais conservador, sem levar em consideração nenhum tipo de incentivo, os carros elétricos puros e os híbridos plugin podem alcançar 3,8% da frota nacional de veículos do País em 2030, representando 7,6% das vendas anuais totais de automóveis. Essa participação depende do nível de estímulo que os governos municipais, estaduais e federal concederem para incentivar a mobilidade elétrica no País.
“Para que a mobilidade elétrica se consolide no País, a CPFL Energia propõe um modelo de negócio aberto para a infraestrutura de recarga ao cliente, o que viabilizaria a expansão do número de eletropostos pelo País e estimularia o aumento de usuários de veículos elétricos”, diz o diretor de Inovação e Estratégia da CPFL Energia, Rafael Lazzaretti.
No modelo proposto pela CPFL Energia, qualquer empreendedor poderia instalar um posto de recarga e cobrar valores de mercado pela eletricidade consumida pelo cliente. A energia consumida no eletroposto seria paga pelo empreendedor à distribuidora, com base em tarifas definidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e operador do eletroposto cobraria do cliente final o evento de recarga.
Setor elétrico está preparado para o crescimento de VE
Uma das principais conclusões do projeto Emotive é que o setor elétrico brasileiro está preparado para absorver o crescimento da demanda por energia elétrica com a expansão do número de veículos elétricos em operação no País. Os testes realizados mostram que, considerando uma taxa de 5% de penetração de veículos elétricos na frota total, 80% das redes de distribuição não apresentaram nenhum dano ou problema. Ou seja, não precisariam de adequações ou investimentos adicionais para atender esta nova demanda.
Para efeito de comparação, apenas Noruega e Holanda superam, atualmente, os 5% de participação de veículos elétricos em suas frotas. Outros quatro países - Suécia, França, Reino Unido e China - possuem penetração um pouco superior a 1%. Portanto, a infraestrutura de distribuição do Brasil não é um impeditivo para o avanço da mobilidade elétrica no País, e o sistema elétrico está preparado para o crescimento desta frota.
No lado da oferta de energia, as projeções da CPFL Energia apontam que o uso desta tecnologia ampliaria entre 0,6% e 1,6% o consumo total de energia em 2030, considerando uma frota de carros elétricos variando entre 4 milhões e 10,1 milhões de unidades.
Benefícios para o meio ambiente e os consumidores
A expansão dos veículos elétricos traz benefícios para a sociedade e para meio ambiente, por serem mais econômicos e com emissão zero de poluentes, além de diminuir a dependência do País dos derivados de petróleo na matriz de transporte. A inserção da tecnologia poderia reduzir em até 10% o consumo total de gasolina automotiva até 2030, o equivalente a um volume de 10 bilhões de litros do combustível.
Neste cenário, outro benefício seria a redução de 10% da emissão de CO2 no País. Com a expansão dos veículos elétricos, a energia elétrica pode alcançar uma participação de 2,6% na matriz de transportes até 2030, totalizando consumo de 756 GWh.
As projeções apresentam ainda benefícios para o bolso dos proprietários. O projeto Emotive mostrou que o valor do quilômetro rodado de um automóvel comum a combustão é de aproximadamente R$ 0,30. No carro elétrico, esse custo é de R$ 0,11, o que corresponde a um terço do gasto com um carro convencional, fruto do combustível mais barato e da menor despesa com manutenção.
“O crescimento dos veículos elétricos traz inúmeros benefícios para a sociedade. Por isso, a CPFL Energia defende a criação de uma estratégia nacional para mobilidade elétrica, com o objetivo de superar os principais desafios para a expansão da tecnologia”, explica Lazzaretti.
Projeto Emotive
Com investimento de R$ 17 milhões entre 2013 e 2018, o P&D Emotive é uma das mais completas avaliações dos impactos da mobilidade elétrica para o setor elétrico brasileiro (para o balanço energético, rede de distribuição e modelo de negócio).
Com os investimentos, a região Metropolitana de Campinas foi transformada em um Laboratório Real de Mobilidade Elétrica, com a instalação de 10 eletropostos públicos (sendo dois em rodovias na altura de Jundiaí) e a circulação de 16 carros elétricos. A instalação desses eletropostos consolidou o sistema rodoviário entre Campinas/Jundiaí/São Paulo como o primeiro corredor intermunicipal para esses veículos do Brasil, com pontos de recarregamento públicos em ambos os sentidos (Capital – Interior).
O projeto permitiu a coleta de dados reais sobre as diversas aplicações e implicações da tecnologia, possibilitando o estudo e o aprofundamento dos impactos reais dos veículos elétricos para o setor. Entre os temas avaliados no projeto Emotive estão o impacto na rede elétrica e no planejamento da expansão do sistema, o uso dos VEs como fonte de geração distribuída, os aprimoramentos regulatórios e legais, o ciclo de vida e reaproveitamento das baterias, o estudo de tarifas e cobrança, a proposição de um modelo de negócios para a mobilidade elétrica no Brasil, entre outros temas.
O projeto Emotive contou com a participação da Unicamp, do CPqD e da empresa Daimon, responsáveis pelos vários estudos que fazem parte do projeto, e parceiros que utilizaram os veículos elétricos em suas frotas operacionais, como Natura, 3M, Hertz, Instituto CCR, Bosch e Sanasa Campinas.
"O nosso programa de mobilidade elétrica foi pioneiro no estudo dos impactos dos veículos elétricos na rede de distribuição. A partir dele, a CPFL Energia está preparada para atuar em neste novo negócio que surge para as empresas de energia elétrica no momento em que a tecnologia se tornar uma realidade no País", finaliza Lazzaretti.
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