CNI projeta crescimento de 3% da indústria em 2018

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) espera crescimento em 2018, mas reconhece que "há uma incerteza muito grande" por conta do quadro eleitoral no próximo ano. A avaliação é do gerente-executivo de política econômica da entidade, Flávio Castelo Branco. Ele fez um balanço deste ano e projeções para 2018 ao comentar o Informe Conjuntural da CNI, divulgado ontem.

O levantamento estima avanço de 2,6% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 depois de crescer 1,1% em 2017. Nesse cenário, a indústria deve avançar 3% no próximo ano após alta de apenas 0,2% em 2017. A formação bruta de capital fixo (FBCF) deve aumentar 4% em 2018, após queda de 2,1% em 2017. "A retomada da atividade não demanda tanto investimento, porque há capacidade ociosa", disse o economista.

O desempenho positivo só se sustentará "com a retomada do investimento privado", disse Castelo Branco. Para o presidente da CNI, Robson Braga, "o setor público não tem mais recursos para investir. O crescimento de agora foi baseado no consumo interno e nas exportações. Se não conseguirmos mudar legislação, não vamos atrair investimentos."

Para a entidade, a inflação foi "a grande surpresa positiva de 2017", que "viabilizou a queda da Selic para 7%", segundo Castelo Branco. Em 2018, a CNI espera alta de 4,4% nos preços, o que levará a Selic a ter apenas um corte, de 0,25 ponto, em fevereiro. Assim, a taxa básica de juros deve terminar 2018 em 6,75%.

"A meta fiscal é o grande desafio", considera Castelo Branco. A CNI projeta que a meta de resultado primário será cumprida em 2018 e ficará deficitária em 2,1% do PIB. Neste ano, a CNI estima déficit de 2,3% do PIB. "O impacto da reforma da Previdência é enorme. E a principal conta do setor público é Previdência", afirma.

As projeções consideram a aprovação em 2018 da reforma da Previdência e, caso ela não seja feita, as projeções "certamente" serão revistas para baixo por conta do medo do setor privado de que "o governo não feche as suas contas", diz Braga.


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Já o saldo da balança comercial deve ser menor em 2018, passando de US$ 66 bilhões para US$ 54 bilhões por conta de alta maior das importações do que nas exportações, Os embarques devem sair de US$ 217 bilhões para US$ 228 bilhões, enquanto as compras no exterior passarão de US$ 151 bilhões para US$ 174 bilhões, segundo a entidade. "Não acredito que manteremos o mesmo nível nos próximos anos", avaliou Braga. 


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