Se 2017 serviu para frear a crise e dar início a uma tímida retomada, em 2018 a indústria capixaba vai colocar o pé no acelerador e investir. Pelo menos essa é a expectativa do presidente da Federação das Indústrias do Estado (Findes), Léo de Castro, que palestrou em uma reunião do Grupo Permanente de Acompanhamento Empresarial do Estado nesta quarta-feira (6).
“O empresário da indústria já está com o foguete em uma mão e o fósforo na outra, mas ainda está tomando coragem para acender o rojão. Ele quer investir, os sinais da economia são bons e 2018 será um ano para concretizar a superação da crise”, projeta.
Castro listou uma série de movimentos de mercado que já são esperados para o primeiro semestre do próximo ano. O mais importante deles, diz, é a retomada das atividades da Samarco, cujas licenças para voltar a operar devem estar prontas até março.
“Não é um investimento novo (a volta da Samarco), mas é uma movimentação que está sendo aguardada, pois tem grande importância para o Estado. Além disso, temos a Brametal (fabricante de estruturas metálicas para geração de energia) que deve iniciar com certeza um investimento grande em Linhares em 2018; a fábrica de bio-óleo da Fibria, que já tem tudo certo e só depende de uma decisão de mercado da empresa; o aeroporto de Linhares, que agora deve sair do papel; além da expansão dos negócios das indústrias de alimentos e bebidas, com investimentos na Leão Alimentos, na Buaiz e na Villoni”, afirma.
Ele ainda destaca a evolução dos projetos de grandes gargalos da infraestrutura logística do Estado, com o avanço no licenciamento do Porto Central, em Presidente Kennedy; do Terminal de Cargas da Imetame, em Aracruz; e da ferrovia que irá ligar Vitória ao Rio de Janeiro.
10 Medidas contra burocracia
Além disso, para o próximo ano, Castro pretende estreitar projetos com o Governo do Estado e com prefeituras capixabas. Ele revela que a Findes está desenvolvendo um projeto de lei chamado “10 medidas contra a burocratização”, com propostas para o Legislativo que possam reduzir o tempo gasto para a retirada de licenças e na atualização das normas tributárias.
“Colocamos nosso jurídico para propor regras claras que possam permitir a desburocratização. Entre as medidas estão, por exemplo, a padronização da publicação das normas tributárias em um mesmo dia da semana; e que sempre que houver uma mudança, que ela seja seguida por um exemplo, para facilitar o entendimento do contribuinte”, explica.
Outra proposta debatida, este em esfera nacional, é a possibilidade de mudança nas tarifas do uso do gás na indústria. Hoje, segundo Castro, a tarifa para uso é a mesma independente do percurso que o gás precisa percorrer até chegar nas fábricas. Com o Estado entre os principais produtores do país, a mudança pode baratear o custo nos setores de siderurgia e cerâmica.
“O Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro seriam os maiores beneficiados por esta mudança. Hoje existe um subsídio cruzado, todos pagam a mesma tarifa. O Espírito Santo, que produz esse gás, paga, no final das contas, até mais do que estados que não produzem”, alega. O projeto está em tramitação. O deputado federal Marcus Vicente (PP) é o relator da proposta.