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Depois de operar perto da estabilidade durante a manhã, o dólar subia ante o real nesta quarta-feira com o mercado reduzindo o otimismo sobre a expectativa de que o governo do presidente Michel Temer consiga aprovar a reforma da Previdência em breve.
Às 13:06, o dólar avançava 0,49 por cento, a 3,2245 reais na venda, depois de bater 3,2009 reais na mínima do dia e recuar no dia anterior. O dólar futuro registrava variação negativa de cerca de 0,20 por cento.
O ponto de virada ocorreu após o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, ter tido a jornalistas que o governo não via mais possibilidade de fazer novas concessões no atual texto da reforma da Previdência, porque muitas já haviam sido feitas antes. Mesmo assim, acrescentou que espera que a matéria seja votada na Câmara dos Deputados na próxima semana.
“O mercado entendeu que acabaram os recursos para fazer algum deputado mudar de voto”, afirmou o operador de uma corretora nacional.
O ministro disse ainda que o PSDB deixou a base aliada do governo. Era justamente a percepção de que a legenda ajudaria o presidente Michel Temer a tirar a reforma do papel que sustentou o bom humor dos mercados na véspera e nos últimos dias.
Dos oito últimos pregões, a moeda norte-americana recuou em sete deles, acumulando perdas de 3 por cento.
Mais cedo, o mercado continuava com o viés mais positivo, com maiores apostas de que a Previdência --considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem-- seria aprovada em breve.
“A avaliação é de que as chances de aprovação da reforma da Previdência cresceram. Como no ano que vem tem eleição, está se costurando esse cenário de votação ainda nesse ano”, disse o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior.
O bom humor dos investidores permanecia mesmo com os sinais de dificuldade com que o governo tem se deparado para garantir apoio político e votar a reforma o mais rápido possível.
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Na véspera, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o ideal seria votar a matéria neste ano, mas não fixou uma data limite para que a proposta seja apreciada no plenário da Casa.
Em outra frente, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que é importante que a reforma da Previdência seja aprovada até o fim do mandato de Temer, reconhecendo maior dificuldade de passar o texto na Câmara dos Deputados ainda este ano, como espera o governo.
A briga pela formação da Ptax, taxa do Banco Central usada como referência para diversos contratos cambiais, no final do mês também era destaque nesta sessão, que pode ficar mais instável.
O mercado também já se preparava para a volta do BC ao mercado de câmbio para rolar os swaps cambiais, contratos que se assemelham à venda futura de dólares, que vencem em janeiro, no valor equivalente a 9,638 bilhões de dólares. Em novembro e em dezembro, não houve vencimentos e, por isso, o BC ficou de fora do mercado.
“O recuo para o patamar de 3,20 reais indica que prevalecem os fatores internos, com os juros baixos e a maior perspectiva de aprovação da reforma da Previdência”, afirmou Faria Junior. “Mas se o BC rolar todos os swaps e a Previdência for aprovada, a moeda norte-americana deve se enfraquecer ainda mais, ficando abaixo desse patamar”, acrescentou.
Hoje, segundo dados da autoridade monetária, o estoque total dos swaps estava em 23,794 bilhões de dólares.
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