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Metade das empresas do setor automotivo instaladas no Brasil ainda não têm iniciativas e processos para informar internamente. Quando há esforços para inovar, em geral é ainda muito focado em evolução tecnológica, não na abordagem do negócio como um todo. Estas são algumas das conclusões de levantamento realizado com leitores da newsletter Automotive Business. A pesquisa teve quase 200 respostas, principalmente de profissionais que trabalham em empresas de autopeças e montadoras, incluindo diretores, vice-presidentes e presidentes.
Dos entrevistados, 50% apontaram que as companhias em que atuam estimulam fortemente a inovação, inclusive com processos estabelecidos para isso. O dado preocupante, no entanto, está na outra metade dos participantes, que apontou que suas empresas ainda não contam com métodos para inovar. Deste grupo, 19,2% afirmaram que o estabelecimento de processos para inovação está em estudo. Fatia de 21,9% reconheceram no levantamento que as indústrias em que trabalham apoiam a inovação no discurso, mas sem iniciativas formais ou disposição para assumir riscos. Grupo de 8,5% declarou ainda que trabalham em organizações que simplesmente não investem em inovação ou que não priorizam ações que não estejam ligadas a tecnologia.
A falta de habilidade da cadeia automotiva para trabalhar inovação pelo viés humano, não apenas do ponto de vista de engenharia e Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) já foi identificado por Valter Pieracciani, diretor da Pieracciani, consultoria especializada no tema. Em entrevista a Automotive Business em julho deste ano o especialista apontou que as empresas permanecem muito concentradas nesta área e não percebem outras oportunidades.
No levantamento, ao enumerar as ações mais importantes para tornar uma empresa inovadora, 58,1% dos participantes destacaram a necessidade de investir em tecnologia. Por outro lado, receberam número equivalente de votos ações como empenho da liderança, colaboração interna e externa e empoderamento dos funcionários.
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É curioso notar, no entanto, que apesar de apostar na tecnologia como principal meio para inovar, a maioria das companhias pesquisadas não prioriza a geração de patentes no Brasil: 25,1% acreditam que isso é responsabilidade da matriz das empresas no exterior e 39,6% dos respondentes admitiram que não há qualquer preocupação em gerar patentes. Uma fatia menor, de 25,2%, indicou que o assunto é prioridade tanto na sede global da companhia, quanto na operação local.
Menos hierarquia e inovação aberta
Um dos dados positivos evidenciados na pesquisa é uma transformação na cultura organizacional das empresas automotivas. Este é um dos aspectos relevantes para estimular a inovação internamente. Enquanto 27% dos participantes consideram a empresa em que trabalham bastante hierárquica, 26,5% acreditam que já atuam em modelo mais colaborativo. Fatia de 33,5% dos entrevistados sinalizou ainda que suas companhias ainda contam com estrutura hierárquica, mas estudam a transição para modelo mais cooperativo.
Outra mudança importante sinalizada na pesquisa é o interesse maior das empresas do setor por inovação aberta, aquela feita com startups, outras companhias ou em parceria com instituições de ensino e universidades. Dos participantes, 17,5% afirmaram que a empresa em que trabalham tem programa de inovação aberta em curso. Já 23,8% estudam o desenvolvimento de algo do gênero.
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