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A empresa sueca Saab anunciou nesta segunda (16) a indicação do diretor da fábrica de peças de fuselagem do novo caça da FAB (Força Aérea Brasileira) em São Bernardo do Campo (SP).
A Saab não deu detalhes, contudo, sobre quando fábrica será instalada ou o investimento previsto. "Nós temos esse detalhamento de valor, mas a empresa não irá divulgá-lo agora. Sobre os prazos, eles atenderão o plano aprovado com a FAB sem problemas. Devemos ter a definição do local da fábrica em um ou dois meses", disse o novo diretor, o engenheiro Marcelo Lima.
Em 2013, quando prometeu pela primeira vez a instalação, falou em US$ 150 milhões em obras. Lima, oriundo do setor automobilístico e de linha branca, diz que a fábrica contará inicialmente com 55 empregados.
O anúncio, na véspera de uma feira sobre financiamento da indústria de defesa em São Paulo, vai de encontro à pressão da Prefeitura de São Bernardo do Campo. O prefeito da cidade, Orlando Morando (PSDB), havia buscado esclarecimentos no Ministério da Defesa, na FAB e com a Saab sobre o cronograma da fábrica, anunciada inicialmente em 2013.
Morando não saiu convencido, e em entrevista à reportagem que se não houvesse uma manifestação formal da Saab, poderia questionar a viabilidade dos planos da empresa sueca no Ministério Público Federal. Nesta segunda, a prefeitura informou que ainda aguarda dados sobre localização da fábrica e do investimento previsto para poder comentar.
A preocupação do tucano era sobre o eventual uso político, pela oposição petista na cidade, de um fracasso na iniciativa. A fábrica de peças é um projeto que sempre foi defendido pelo seu antecessor, Luiz Marinho (PT), pré-candidato ao governo do Estado.
Aliado próximo de Luiz Inácio Lula da Silva, ele sempre foi embaixador da ideia de trazer a fábrica para sua cidade, ainda que o avião vá ser montado no Brasil pela Embraer em Gavião Peixoto - a 370 km de São Bernardo.
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Questionado sobre a questão logística da distância, Lima afirmou que "é uma boa pergunta", mas lembrou que São Bernardo tem extensa tradição de receber empresas suecas, além de ficar perto de portos e aeroportos principais.
O Ministério Público Federal apura, em Brasília, se Lula recebeu indiretamente pelo lobby de um amigo seu, contratado pela Saab para trabalhar em favor do Gripen no governo Dilma Rousseff (PT). O caso não envolve Marinho ou a fábrica de peças.
O projeto do Gripen, escolhido em 2013 mas que teve seu financiamento aprovado em 2015, prevê que 13 aviões de um lugar sejam produzidos na Suécia, 8 iniciados na Europa e completados no Brasil e os demais, produzidos localmente até 2024. O custo do projeto é de 39,3 bilhões de coroas suecas (R$ 15,45 bilhões nesta segunda), e o financiamento só começa a ser pago em 2025.
O primeiro voo do modelo de um lugar deverá ocorrer em 2019, e os aviões de série entram em operação a partir de 2021. A versão F, de dois lugares, será desenhada em conjunto com engenheiros brasileiros.
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