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O Brasil deverá voltar a impulsionar sua indústria de energia eólica com a contratação ainda em 2017 de novas usinas a serem construídas nos próximos anos, mas essa retomada não alcançará o impressionante ritmo de expansão visto no país no passado, disse à Reuters nesta terça-feira (29) o presidente da unidade local da Vestas, fabricante dinamarquesa do setor.
Após uma recessão que derrubou o consumo de eletricidade no Brasil em 2015 e 2016, o que não acontecia no país desde 2009, a sinalização é de que leilões para viabilizar novas usinas envolverão nos próximos anos uma contratação anual de entre 1,5 gigawatt ou 1,8 gigawatt em capacidade eólica, segundo a Vestas.
Entre 2009 e 2015, o Brasil contratou mais de 2 gigawatts em novas usinas eólicas a cada ano, incluindo uma significativa marca de mais de 4 gigawatts em 2013.
“Não teremos um mercado tão pujante como houve em anos passados, mas teremos um mercado estável, e acho que é isso o que todo mundo quer”, disse o presidente da Vestas no Brasil, Rogério Zampronha.
Ele ressaltou que já houve algum ânimo para os investidores após o governo agendar recentemente para dezembro um leilão que contratará novas usinas para iniciar operação em 2021 e 2023.
A contratação de novas usinas ocorrerá após o governo ter realizado na véspera um leilão para descontratação de projetos que não saíram do papel em meio a dificuldades financeiras, cancelando empreendimentos eólicos com potência de 307,7 MW.
O certame reduziu temores de fabricantes do segmento quanto à possibilidade de verem suas fábricas vazias nos próximos anos, após 2016 acabar sem a contratação de nenhum novo projeto eólico.
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Mas ainda assim Zampronha disse que o mercado de turbinas eólicas no país deverá seguir com forte concorrência nos próximos anos, uma vez que diversos fabricantes instalaram fábricas locais durante os tempos de bonança da indústria.
Atualmente, além da Vestas, também possuem fábricas de turbinas eólicas no país a GE, a Siemens-Gamesa, a Nordex-Acciona e a Wobben Enercon, além da brasileira WEG.
Segundo Zampronha, a disputa por um número menor de contratos poderá tirar alguns players do mercado.
“Isso é suficiente para todos fabricantes que estão instalados no Brasil? Esse mercado dos próximos cinco anos? Talvez não, talvez tenha fabricantes demais”, afirmou.
Ele garantiu, no entanto, que a Vestas segue com seus planos para o Brasil e não cogita abandonar os negócios no país mesmo diante de um mercado menor.
“A Vestas confia no mercado brasileiro. Embora ele tenha altos e baixos, é uma característica... o Brasil vai voltar no curto prazo a ser uma das potências eólicas do mercado mundial. Não tão grande como China e Estados Unidos, mas bastante grande”, afirmou.
O Brasil encerrou o ano passado na nona colocação entre os países com maior capacidade eólica instalada no mundo, atrás do Canadá e à frente da Itália, com 10,7 gigawatts, segundo dados do conselho global de energia eólica.
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