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“As exportações são alento neste momento de queda do mercado brasileiro: 70% de nossa produção atual de ônibus é para outros mercados.” É com esta afirmação que o presidente da Volvo Bus para América Latina (exceto México), Fabiano Todeschini, define a importância de prospectar novos negócios fora do Brasil, o que vem sustentando as operações do complexo industrial de Curitiba (PR) desde que as vendas no País começaram a definhar em 2014.
“O Brasil chegou a ser o primeiro mercado de ônibus da Volvo no mundo, isso em 2011, e hoje está em oitavo no ranking”, comenta Todeschini.
Naquela época, a fábrica chegava a produzir dez chassis por dia, hoje o volume caiu pela metade, principalmente em função da baixa do mercado interno. “Não é que a exportação deu um boom: foi o Brasil que caiu e muito”, argumenta.
Segundo o executivo, com a lenta movimentação interna, a solução é intensificar os esforços lá fora, nos vizinhos. Embora produzir no Brasil seja 8% mais caro do que Suécia, segundo Todeschini, o custo logístico compensa, uma vez que a operação está mais próxima dos mercados locais.
Os primeiros resultados estão surgindo: há vendas importantes a caminho, como a do Panamá, onde já foram entregues 200 articulados e biarticulados e são esperados mais 300 para o ano que vem. A empresa também está acompanhando de perto o desenrolar da licitação que deve ocorrer em Santiago, no Chile, para renovação da frota local, inclusive do sistema de BRT Transantiago. Contudo, para este negócio o Brasil só funcionará como ponte alfandegária: a licitação prevê 2,2 mil ônibus, todos Euro 6, que serão importados da Suécia, inclusive com carroceria. Além disso, o sistema terá mais 90 ônibus totalmente elétricos e outros 90 com atributos especiais, como 100% de piso baixo. No caso de Santiago, qualquer empresa, de qualquer lugar do mundo, poderá participar da licitação.
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“O Chile está se reinventando no transporte público de passageiros. Os pátios, por exemplo, serão todos adquiridos pelo governo e 15% da receita gerada com a tarifa nos terminais vai para o banco que financiará os novos veículos, reduzindo os custos para o operador”, conta. Ele acredita que no Brasil há possibilidades de reinvenção e cita São Paulo, que deve fazer testes com parcerias público-privadas na próxima licitação prevista para ser publicada até o fim deste mês.
Em Bogotá, na Colômbia, também deve ocorrer alguma renovação para o sistema Transmilênio. Para lá, a Volvo Bus está apostando no novo chassi B8R, que acaba de ser lançado. Além da versão B250R, com motor de 250 cv de potência, a montadora vai oferecer uma versão de 330 cv, indicada para terrenos mais acidentados, que pedem mais potência, e para cidades com maior altitude, como é o caso de Bogotá, que tem entre 2 mil e 3 mil metros de altitude.
“O B8R será nossa primeira oferta para todos os mercados latino-americanos. Depois, conforme a necessidade, ampliamos para oferecer os articulados e biarticulados.”
Assim como no Brasil, a montadora manterá nos demais países da região a estratégia de trabalhar o novo B8R com o mesmo preço de seu antecessor, o B290R, da família B7, que sairá de linha.
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