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Recentemente, dois fatores movimentaram os players da indústria naval e offshore nacional e renovaram as esperanças de representantes destes mercados. Um deles foi o anúncio do governo federal, que planeja realizar cinco grandes leilões de petróleo, entre 2017 e 2018, para atrair novos investidores para o setor de óleo e gás nacional. Três deles devem acontecer ainda neste ano (dois com áreas do pré-sal e um em regiões do pós-sal), enquanto os outros dois estão programados para 2018, um para cada tipo. A expectativa é de que estes leilões gerem cerca de R$ 60 bilhões de investimentos no país.
De acordo com a gerente de petróleo, gás e naval da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), Karine Fragoso, a perspectiva é que com isto o mercado brasileiro de óleo e gás recupere a atratividade perdida. “Se obtivermos sucesso com os leilões, podemos ter um aumento significativo das demandas. Com a entrada de outras operadoras no país, juntamente com a Petrobras, devemos voltar a ter operações suficientes para atender aos índices de conteúdo local colocados como obrigatórios”, afirma.
Karine argumenta que o Brasil permanece com um ambiente offshore bastante interessante e que continua com grande potencial de desenvolvimento, mas alerta: “Temos capacidade para reaquecer o setor, mas antes precisamos coordenar as ações entre todos os players desta indústria, inclusive politicamente, para então podermos alcançar este objetivo”.
O futuro do setor será discutido durante a Marintec South America 2017, evento que reunirá representantes da indústria naval e offshore, nacional e internacional, no Centro de Convenções SulAmérica, de 15 a 17 de agosto, no Rio de Janeiro (RJ). Em sua 14ª edição, a feira promoverá seminários dedicados exclusivamente para este mercado, como a palestra “Como atuar na nova realidade da indústria naval e offshore” (dia 15, às 14h50), que será ministrada pelo gerente geral da Guildo Perla & Associates, Baldo Dielen. As tendências de mercado, os desafios e oportunidades para armadores e estaleiros, e o debate em torno da centralização ou da descentralização dos pólos navais estão entre os temas que serão abordados pelo executivo da empresa de arquitetura e engenharia naval.
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Dia 16, às 16h30, o destaque será a apresentação “Perspectivas para o setor naval e offshore no Brasil”, que ficará a cargo do presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (SOBENA), Luis de Mattos. As novas estratégias de logística das operadoras e os impactos na demanda por embarcações, o índice de nacionalização na construção naval e o descomissionamento de plataformas são alguns dos assuntos que serão evidenciados pelo executivo.
Investimentos
Outro anúncio que animou o mercado foi o do Fundo da Marinha Mercante (FMM), no início deste ano, que decidiu pela aprovação de um novo aporte para a indústria naval nacional, no valor de R$ 9,15 bilhões. De acordo com o conselho diretor da instituição, desse total, R$ 7,72 bilhões serão destinados para o financiamento de novos projetos do setor e o restante para a suplementação de recursos de projetos em andamento.
O diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Mário Povia, salienta que o FMM é uma das principais fontes de investimento do setor. “Sem dúvida nenhuma, estes aportes podem impulsionar as aplicações financeiras no mercado novamente, principalmente em momentos como este em que os bancos privados consideram o nível de risco em patamares mais elevados, caso do país atualmente”.
Seguindo a tendência atual, de diversificar a atuação desta indústria e investir mais no modal hidroviário como alternativa para recuperá-la, a maior parte deste montante será direcionada aos seguintes segmentos: R$ 3,28 bilhões para a cabotagem, R$ 1,3 bilhão para o apoio maritimo, R$ R$ 27,17 milhões para a navegação interior e R$ 6,46 milhões para as embarcações de transporte de passageiros.
O presidente da Câmara Setorial de Equipamentos Navais, Offshore e Onshore da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (CSENO-ABIMAQ), Marcelo Campos, é um dos especialistas do setor que concordam que a melhor alternativa neste momento é diversificar a atuação da indústria naval o máximo possível e migrar para outros segmentos.
“A malha hidroviária do país é gigante e deve ser melhor explorada. A navegação fluvial, por exemplo, é fantástica, e tem um potencial gigantesco no Brasil. A área de transporte de passageiros também deve ser observada mais atentamente. Além de mercados como o de iates e o militar. Se os explorarmos em conjunto, juntamente com o setor de manutenção e reparos, podemos reaquecer a indústria naval brasileira”, completa.
Os aportes do FMM também serão tema de debate durante o primeiro dia da 14ª Marintec South America. Às 14h10 do dia 15 de agosto, ocorrerá o seminário “Objetivos e resultados do fomento à formação de frota mercante para apoio marítimo, apoio portuário, cabotagem e navegação interior e ao desenvolvimento da indústria naval pelo Fundo da Marinha Mercante”, em que a diretora do departamento de marinha mercante do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Laira Lage Gonçalves, explicará como funciona o fomento por meio do FMM e ressaltará os resultados alcançados nos últimos 10 anos (de 2007 a 2017), além de pontuar quais são os atuais desafios a serem enfrentados.
Sobre a Marintec South America
A Marintec South America - Navalshore é a principal plataforma de negócios para alavancar inovações e conectar-se com a comunidade marítima da América do Sul. Ponto de encontro desta indústria, reúne armadores, estaleiros, fabricantes e fornecedores, nacionais e internacionais, em prol do aumento da produtividade, da qualificação profissional, do fomento de novas tecnologias, de investimentos e da demanda e oferta para toda a cadeia. Em 2017, acontece de 15 a 17 de agosto, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro (RJ), e conta com cerca de 350 marcas expositoras, de 25 países.
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