Ações da Usiminas disparam após vazamento de dados do balanço

Legislação proíbe que os números sejam divulgados antes da publicação oficial. Empresa confirmou lucro de R$ 121 milhões no 1º bimestre do ano.

A Usiminas divulgou nesta segunda-feira (17) que apurou lucro líquido de R$ 121 milhões e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 366 milhões nos dois primeiros meses de 2017. O comunicado foi enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após os dados vazarem poucos dias antes da divulgação do balanço do 1º trimestre.

"A companhia ressalta, contudo, que tais números não são definitivos, estando ainda sujeitos à revisão dos seus auditores externos", disse a siderúrgica em fato relevante.

Segundo a Reuters, o comunicado foi em resposta a questionamento da CVM sobre uma notícia veiculada no fim de semana pelo site do jornal "O Estado de S.Paulo" com tais informações. A Usiminas acrescentou que a divulgação dos resultados referentes do primeiro trimestre de 2017 ocorrerá em 20 de abril.

O vazamento dos dados indica que a companhia deve fechar o balanço do primeiro trimestre no azul, depois de dez prejuízos consecutivos. Segundo informações divulgadas pelo Valor Econômico, entre janeiro e março, a siderúrgica teria lucrado cerca de R$ 110 milhões. Nos três últimos meses do ano passado, as perdas foram de R$ 274 milhões.

A Usiminas está no chamado “período de silêncio”, às vésperas da divulgação do balanço. A legislação proíbe que os números sejam divulgados antes da publicação oficial, para garantir isonomia de informação a todos os investidores.
Procurada, a Usiminas não havia se manifestado até a última atualização desta notícia sobre o vazamento.

Ações disparam

As ações PNA da Usiminas fecharam em alta de 8,4% na bolsa paulista, a R$ 4,01, liderando as altas do Ibovespa, que encerrou com valorização de 2,5 por cento.

Em relatório, analistas do BTG Pactual comentaram que os números preliminares estão acima do esperado pelo mercado, que tinha expectativa de um Ebitda para todo o trimestre de cerca de R$ 350 milhões.


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No entanto, os analistas Leonardo Correa e Caio Ribeiro afirmaram que estão cautelosos sobre a companhia uma vez que os preços do aço plano no Brasil são insustentáveis, as pressões de custo de carvão estão crescendo e a demanda interna no país segue fraca.

"O prêmio (indicador entre preços internos e externos do aço) está insustentável e deve incentivar uma retomada de importações de produtos (...) Os descontos de preços para aços planos são cada vez mais prováveis", afirmaram os analistas no relatório.