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Projeção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada hoje (30) indica que o primeiro trimestre deste ano registrará variação positiva do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, de 0,3%, na série com ajuste sazonal, rompendo uma sequência de dados negativos desde o último trimestre de 2014.
Para o ano de 2017, o Grupo de Conjuntura do Ipea projeta um aumento de 0,7% do PIB. O instituto estima crescimento econômico de 3,4% em 2018, com inflação em 4,5%.
Segundo o diretor da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo de Castro Souza Jr., a previsão para a retomada econômica do instituto leva em conta a recuperação da indústria e da agropecuária que tem previsão de supersafras de soja e grãos em geral.
Segundo o Ipea, estas estimativas consideram um cenário em que não haverá grandes mudanças no ambiente externo, que a situação política doméstica se estabilizará e que o Brasil continuará avançando na estruturação de um arcabouço legal que dê suporte a um novo regime fiscal, condição essencial para a viabilidade da retomada do crescimento.
O diretor explicou que as projeções do Ipea estão condicionadas à aprovação das reformas, principalmente a previdenciária, que devem viabilizar a melhora das contas públicas, a reversão na trajetória de alta da dívida pública federal, que subiu para R$ 3,134 trilhões em fevereiro, e a melhora do ambiente de negócios.
“A gente fez a análise baseada num cenário com reformas. A aprovação ou não de reformas terá grande impacto tanto nas projeções deste ano quanto do ano que vem”, disse Souza Jr. “Se as reformas não forem aprovadas, o cenário fica muito incerto. É essencial que hoje a gente tenha algum nível de certeza sobre a capacidade do governo de reverter a trajetória de dívida pública, que continua em expansão”.
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Mais cedo, o Banco Central (BC) reduziu a projeção para o crescimento da economia este ano. A estimativa para a expansão do PIB foi ajustada de 0,8%, estimativa de dezembro, para 0,5%, de acordo com o Relatório de Inflação divulgado hoje.
Inflação
Segundo projeções do Ipea, o processo de desinflação em curso continuará ao longo deste ano e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em 3,9%, bem abaixo do centro da meta de inflação para o ano (4,5%). Em 2018, à medida que a atividade econômica acelere, a inflação poderá voltar a subir levemente para níveis próximos do centro da meta.
“Estamos em trajetória de queda da inflação e isto dá conforto para as mudanças de política monetária que o Banco Central está implantando. Já há claramente uma redução de expectativa de inflação”, disse o diretor do Ipea.
O BC espera que a inflação fique em 4% este ano. A informação foi divulgada hoje, em Brasília, pelo BC. A estimativa é feita com base em projeções do mercado financeiro para as taxas de juros e de câmbio. Se a projeção se confirmar, ficará abaixo do centro da meta de 4,5%, com limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2018, a projeção do BC é 4,5%, no centro da meta.
Selic
O cenário traçado pelo Grupo de Conjuntura do Ipea é redução de juros, o que pode permitir ao Banco Central reduzir a taxa Selic para 8,75% ao ano no final de 2017 e mantê-la nestes mesmo patamar durante 2018.
Em fevereiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou o quarto corte seguido na taxa. Por unanimidade, ele reduziu a Selic em 0,75 ponto percentual, de 13% ao ano para 12,25% ao ano. Esse foi o segundo corte seguido de 0,75 ponto percentual. A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 11 e 12 de abril.
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