Fonte: Agência Lusa - 30/07/07
As duas fábricas de automóveis chinesas que compraram os direitos da extinta marca britânica MG Rover estão negociando uma fusão que criará um grupo gigante capaz de competir com multinacionais de outros países, informou nesta segunda-feira a imprensa oficial.
A Shanghai Automobile Industries Corp (Saic) e a Nanjing Automobile (NA) acordaram uma "cooperação completa" na área do design, produção e vendas, anunciou a companhia de Nanjing em um comunicado divulgado no final de semana.
A empresa de Xangai, leste da China, é o maior fabricante de automóveis do país, e reativou no ano passado o primeiro modelo da Rover, criando o Roewe 750C. Já a empresa de Nanjing, capital da província vizinha de Jiangsu, comprou em 2005 os direitos de marca da própria MG Rover por US$ 2 bilhões (R$ 3,8 bilhões), além de ser a parceira local da italiana Fiat.
Segundo o jornal China Daily, a fusão e a reestruturação das duas montadoras estatais está sendo impulsionada pelo próprio governo de Pequim, para criar um fabricante chinês capaz de competir com os seus rivais europeus, japoneses e norte-americanos, na China e em todo o mundo.
Uma das questões que divide as duas companhias é definir quem terá o controle da aliança, já que a Saic quer comandar as operações e a NA deseja manter o mesmo poder de decisão da parceira, disse o jornal.
As empresas já tinham colaborado em abril de 2006, quando, para "fazer melhor uso de recursos limitados", se uniram para criar a versão chinesa do Rover 75.
Após anos de declarações políticas que não resultaram em progressos, o governo chinês parece agora decidido a juntar as cerca de 150 fábricas do país em três ou quatro grupos com recursos e tecnologia suficientes para triunfar no mercado global, da mesma forma que fez em outros setores estratégicos, como o aço.
No primeiro semestre de 2007, a Saic dominou as vendas nacionais de automóveis, com 441,6 mil veículos comercializados (19% do mercado chinês), com as empresas mistas que mantém com a Volkswagen e a General Motors.
Os chineses compraram no primeiro semestre do ano 2,3 milhões de automóveis, 25,9% a mais que no mesmo período de 2006, anunciou no início de julho a Associação de Fabricantes Automobilísticos (AFA) da China.
Em 2006 a China ultrapassou o Japão como segundo mercado mundial de veículos automotores, com um volume de vendas de 7,2 milhões de unidades, número que inclui caminhões e ônibus. A relação ainda é liderada pelos Estados Unidos.
O parque automotivo do país era de 38 milhões de carros em 2006, com o mercado chinês de automóveis com potencial de crescimento, já que existem em média três carros para cada cem chineses.
Apesar do número de carros por pessoa ser baixo, o número absoluto de veículos em circulação está se tornando grande para as infra-estrutura disponível, e o trânsito está se tornando um problema crônico em quase todas as cidades chinesas.
A capital Pequim calcula que terá 3 milhões de veículos até 2008, contra 2,7 milhões atualmente em circulação.
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