Confiança da indústria no Brasil volta a cair em fevereiro em movimento de acomodação, diz FGV

A confiança da indústria do Brasil voltou a cair em fevereiro em um movimento de acomodação após a forte alta vista no primeiro mês do ano, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgados nesta sexta-feira.

O Índice da Confiança da Indústria (ICI) registrou perda de 1,2 ponto em fevereiro e foi a 87,8 pontos, após avançar 4,3 pontos no mês anterior.

"Após avançar além do que os fundamentos da economia sugeriam entre abril e setembro do ano passado, o índice encontra-se agora em patamar mais realista.", disse o superintendente de Estatísticas Públicas da FGV/IBRE, Aloisio Campelo Junior, em nota.

Entretanto, ele não descarta nova melhora em breve diante de sinais mais favoráveis da economia.

"O cenário econômico, que enfim inclui notícias favoráveis à atividade como a queda de juros e injeção de recursos das contas inativas do FGTS, pode levar a novos ganhos de confiança, caso o ambiente político não se deteriore nos próximos meses", completou

Segundo a FGV, o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,7 ponto em fevereiro, para 89,3 pontos, depois de avançar 4,7 pontos em janeiro. Destaca-se nesse resultado as previsões para a produção nos três meses seguintes, que atingiu o menor nível desde maio de 2016.

O Índice da Situação Atual (ISA) recuou 0,6 ponto, para 86,4 pontos, após ter alta de 3,8 pontos no mês anterior, pressionado pela percepção sobre o nível de demanda atual.

Já o Nível de Utilização da Capacidade Instalada caiu 0,3 ponto percentual em fevereiro, para 74,3 por cento.

A prévia do ICI já havia indicado recuo, com queda de 1,8 ponto, com piora tanto das expectativas quanto da percepção do cenário atual.

A indústria brasileira terminou 2016 com queda de 6,6 por cento na produção, terceiro ano seguido de perdas, e o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) aponta que o setor iniciou o ano com o pior desempenho em sete meses.


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Entretanto, o Banco Central iniciou no final do ano passado novo ciclo de redução da Selic, levando-a aos atuais 12,25 por cento ao ano. Juros menores reduzem os custos de empréstimos, estimulando o consumo.


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