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O dólar encerrou a sexta-feira em queda ante o real, reforçada pelo recuo da moeda no exterior ante outras divisas após Donald Trump não ter trazido novidades em seu discurso de posse como novo presidente dos Estados Unidos.
Durante o pregão, os desdobramentos da morte do relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki, foram monitorados pelos investidores, diante das incertezas que cercam o futuro da operação.
O dólar recuou 0,55 por cento, a 3,1825 reais na venda, depois de marcar 3,1731 reais na mínima após a posse de Trump. O dólar futuro caía cerca de 0,53 por cento.
A moeda teve queda pela quinta semana consecutiva ante o real, de 1,21 por cento --na semana passada, no entanto, o recuo foi muito tímido, de 0,01 por cento.
"O discurso do Trump não trouxe nada que justificasse o dólar mudar a trajetória em que já estava. E lá fora a moeda também passou a cair ante outras divisas, reforçando essa tendência", comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora doméstica.
No exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas e divisas como o peso mexicano e a lira turca.
Em sua fala, Trump fez um discurso nacionalista no qual declarou que todo comércio, imposto, imigração e relações exteriores serão feitos em seu governo para beneficiar os norte-americamos.
A efetivação de suas promessas de campanha, com uma política econômica inflacionária, poderia obrigar o Federal Reserve, banco central norte-americano, a elevar ainda mais os juros. Se isso se concretizar, recursos aplicados em outras praças, como a brasileira, podem migrar para os Estados Unidos em busca de rendimentos maiores.
Mais cedo, havia alguma expectativa de um movimento defensivo por conta de Trump, mas isso não aconteceu. Internamente, a morte de Zavascki criou grandes incertezas sobre o futuro da operação Lava Jato, sobretudo no que se refere ao substituto que dará andamento à operação no STF.
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A expectativa era de que o ministro decidisse em fevereiro se homologaria ou não o acordo de delação premiada de 77 executivos da Odebrecht. O acordo é apontado como tendo potencial explosivo para boa parte da classe política que teve o nome citado pelos executivos da empreiteira.
"A leitura é de que traz um componente de especulação, pode alterar o rumo das investigações e isso não é bom para a credibilidade. Vai fazer preço nos ativos em algum momento", afirmou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
O Banco Central brasileiro vendeu integralmente o lote de 15 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- ofertado em leilão desta sexta-feira para rolagem do vencimento de fevereiro.
Com este leilão, o BC já vendeu o equivalente a 2,7 bilhões de dólares para rolar o total de 6,431 bilhões de dólares que vencem em fevereiro.
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