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O primeiro Veículo Aéreo não Tripulado (Vant) nacional de médio porte faz o voo de estreia hoje à tarde, em Botucatu (cidade do interior de São Paulo), na base da empresa fabricante, a A.S. Avionics Services. O produto, denominado Caçador, é um drone que pode ser usado em diferentes funções. A tecnologia israelense transferida para o grupo brasileiro pela IAI-Israel Aerospace Industries.
O modelo de referência é o Heron-1, utilizado pela Polícia Federal desde 2014. Forças militares e de segurança civil de 14 países adotaram a aeronave de pilotagem remota. A versão de exportação da IAI é cotada a US$ 10 milhões.
O programa abre boas possibilidades de negócios internacionais. Segundo João Vernini, presidente da Avionics, o mercado interno pode absorver de 15 a 20 sistemas até 2021.
A demanda externa, avaliada em US$ 1,5 bilhão, é mais significativa, “projetando vendas de 20 a 30 unidades completas no mesmo período de cinco anos”. A empresa, que atua há 20 anos no setor aeronáutico, não revela o valor dos investimentos feitos no empreendimento e ainda não apurou o preço de aquisição do produto.
O Caçador é um Vant de forte aplicação em missões dedicadas do campo da defesa, embora tenha configurações para uso amplo no setor agropecuário, de vigilância ambiental e observação de áreas de risco pela Defesa Civil.
Dimensões
O Vant de médio porte uma aeronave de 8,5 metros de comprimento e 16.6 metros de envergadura. Voa a 207 km/hora, leva cargas úteis de até 450 quilos e, segundo a Avionics, pode permanecer por cerca de 40 horas. O peso máximo de decolagem é de 1.270 quilos. A operação, em terra, é feita por dois pilotos.
Por definição, o drone brasileiro, que em um dos arranjos da IAI leva mísseis e bombas guiadas de 125 quilos, não entra no portfólio como vetor de ataque. “A função primária para as aplicações em nosso plano de negócios não é essa – mas, no fim, a escolha da carga transportada é sempre definida pelo cliente”, diz Vernini.
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Tecnologia
A transferência de tecnologia da Israel Aerospace para a Avionics começou a ser executada em 2014, com a decisão da IAI de investir na empresa, de acordo com o presidente para o Brasil, Henrique Gomes.
Primeiro, foram treinados os times de engenharia e, depois, fornecido o conhecimento original necessário para que o parceiro brasileiro produzisse e montasse um novo Vant, o Caçador.
“Um exemplo da transmissão única de tecnologia é a da plataforma de navegação inercial, dominada por poucos grupos no mundo, e que permite uma condução segura e muito precisa”, diz Gomes.
O conjunto de bordo inclui um dispositivo de GPS acoplado a recursos que tem a capacidade de conferir à aeronave autonomia integral – inclusive meios para retornar ao terminal de origem em caso de perda da comunicação com os controladores em terra.
Entre os sensores estão câmeras digitais, captadores infravermelhos de imagens por calor, sistemas de coleta de dados de inteligência em qualquer condição de clima e, atuando no modo específico, executar a designação de alvos.
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