Reino Unido decide deixar União Europeia e premiê irá renunciar; mercados desabam

O Reino Unido decidiu em um referendo deixar a União Europeia, forçando a renúncia do primeiro-ministro David Cameron e gerando o maior golpe ao projeto europeu de maior unidade desde a Segunda Guerra Mundial.

Os mercados financeiros globais desabavam nesta sexta-feira após 51,89 por cento dos eleitores britânicos terem apoiado a saída do bloco, que o país participava há mais de 40 anos, contra 48,11 por cento favoráveis à permanência na UE.

A libra chegou a cair 10 por cento ante o dólar, em níveis vistos pela última vez em 1985, por temores de que a decisão possa atingir investimentos na quinta maior economia do mundo, ameaçar o papel de Londres como capital financeira global e gerar meses de incertezas políticas.

As ações mundiais seguiam para uma das maiores quedas registradas e companhias britânicas perderam bilhões de dólares em valor de mercado. Os grandes bancos do Reino Unido perderam 130 bilhões de dólares, com ações do Lloyds LLOY.L e do Barclays BARC.L caindo até 30 por cento na abertura.

Cameron, que liderou a derrotada campanha pela permanência, disse que irá deixar o cargo de primeiro-ministro até outubro.

"O povo britânico deixou muito clara a decisão de tomar um caminho diferente e penso que o país necessita uma nova liderança para levá-lo nesta direção", disse Cameron, em discurso televisionado do lado fora de seu gabinete oficial.

"Não penso que é certo ser o capitão que comandará nosso país para este próximo destino", acrescentou, antes de voltar para o gabinete ao lado de sua esposa, Samantha.

Sair da UE pode custar ao Reino Unido o acesso ao mercado único comercial do bloco e significa que os britânicos precisarão buscar novos acordos individuais com países do mundo todo. O próprio Reino Unido pode ser desfeito, uma vez que políticos da Escócia, onde dois terços dos eleitores queriam a permanência na UE, defendem uma nova votação pela independência escocesa.


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A UE, em si, será econômica e politicamente danificada, enfrentando a saída de não só sua segunda maior economia, mas também um membro com poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. O bloco irá perder cerca de um sexto de seu rendimento econômico.