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Embora existam minas de ouro que já estão retirando minérios de até 4 km de profundidade, a larga maioria das minas do mundo está na superfície ou logo abaixo dela. E mesmo as subterrâneas descem devagar, escavando a uma média de 100 metros adicionais por década.
Especialistas reunidos no projeto I²MINE, financiado pela União Europeia, acreditam que é preciso levar a mineração para muito mais fundo, para profundidades superiores a 1.500 metros em média.
Esta conclusão resulta de uma abordagem integrada visando o atendimento às demandas de minerais e à necessidade de tornar a mineração mais verde, melhorando simultaneamente a competitividade econômica e a sustentabilidade.
Exploração seletiva
A "mineração profunda do futuro" vislumbrada pela equipe exigirá várias inovações, o que a transforma tanto em um desafio como em uma oportunidade para desenvolver novas tecnologias e novos processos.
A ideia dos especialistas é diminuir ao máximo a mineração de superfície, geralmente associada com fortes impactos ambientais, e torná-la "invisível, segura e com impacto zero, o que exigirá profundidades superiores a 1.500 metros".
Um foco essencial do projeto está na "exploração seletiva inteligente", que exigirá o desenvolvimento de novas técnicas de sensores para o reconhecimento e detecção dos minérios, dos limites entre as camadas de minérios e rejeitos e da classificação dos minérios por teor de metal contido.
Outra área de inovação está no campo da extração propriamente dita. "Nós desenvolvemos uma nova cabeça de corte para o corte contínuo de rocha dura com resistência compressiva de mais de 250 MPa. Este novo equipamento permite a operação contínua onde hoje apenas a perfuração e a detonação seriam viáveis," disse o Dr. Horst Hejny, da Universidade Técnica de Lulea, na Alemanha, que coordenou o projeto.
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Robôs e trabalhadores
Outro componente do projeto está na maximização do uso de máquinas autônomas, utilizando sistemas de transporte subterrâneos anticolisão e capazes de encontrar o caminho entre a frente de lavra e os moinhos.
No entanto, os especialistas concluíram que isto não será possível em todas as operações, de forma que será necessário investir em mecanismos para garantir a segurança dos trabalhadores em grandes profundidades.
Outro protótipo que resultou do projeto é um robô de pulverização capaz de aplicar forros de concreto nos túneis das minas, resultando em maior segurança e eficiência. "Estes dispositivos são um passo à frente no sentido tanto da automação, quanto da autonomia na mineração,' disse o Dr. Heyny.
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