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Investindo fortemente em conteúdo exclusivo durante a 31ª Feira Internacional da Mecânica, a Reed Exhibitions Alcantara Machado apresenta entre os palestrantes do Fórum Indústria 4.0 João Fernando Oliveira, professor titular de Engenharia de Produção da USP, e um dos principais pesquisadores da área no país. Oliveira também é vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências e foi diretor-presidente do IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, do Governo de São Paulo e da EMBRAPII, Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, do Governo Federal.
Em entrevista, o professor prevê alguns dos assuntos que vai abordar durante a palestra Desafios Industriais: Novos Modelos de Negócio e Sustentabilidade, que acontece no dia 18 de maio. Para ele, a indústria deve passar nos próximos anos por grandes mudanças que devem ir ao encontro de dois fatores: o desafio da sustentabilidade e mudanças nos modelos de negócio.
Para programação completa do Fórum Indústria 4.0 e mais informações acesse link.
O professor explica que “hoje estamos voltados majoritariamente para modelos de negócio cuja proposta de valor é a produção e venda de bens físicos. Mas, cada vez mais, existem serviços incorporados ao produto. Quando você compra um smartphone, gasta muito mais, ao longo do tempo, com os serviços ligados a ele e com aplicativos do que com o preço do aparelho em si. Uma das consequências, por exemplo, é que ao invés de comprar um carro, você pode utilizar um sistema de uso compartilhado de veículos, e o bem passa a representar um valor menor do que o serviço. Isso muda o conceito do produto, que agora passa a ser mais interessante se durar mais e tiver seus tempos de obsolescência tecnológica ou de design mais longos".
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Também a indústria precisará mudar sua forma de trabalho, segundo Oliveira. "No modelo linear de produção, que é o que temos hoje, você extrai minério, gasta energia para produzir material, transformá-lo, agrega valor ao produto, vende e descarta no final. Isso é ambientalmente nocivo. Você consome recursos e depois sobra lixo, e isso também é caro. Em uma economia circular se fazem produtos com a vida mais longa, e que podem ser consertados/mantidos ou, ao fim da vida, remanufaturados ou reciclados. A perspectiva então passa a ser de menores gastos de energia para produção de materiais básicos, menor dependência de minérios, menores custos de investimento e maior preservação ambiental". Esse modelo de produção é mais compatível com os novos modelos de negócio, afirma.
Além da mudança de paradigma da oferta de bens para serviços, deve haver maior qualidade dos produtos. “Esse modelo [resultado da produção 4.0] pede produtos confiáveis, produtos que possam durar. Por conseguinte, novos níveis de confiabilidade de desempenho industrial surgirão. As fábricas devem se adaptar. Devem ser mais flexíveis e se programar sem a necessidade de altos investimentos”.
Todos esses tópicos, explica o cientista, serão analisados através do contexto macroeconômico atual, de grande flutuação do preço do petróleo e das matérias-primas e commodities. “Essas características somente demonstram, no final, que o modelo linear de produção está saturado, frente às demandas do mercado e os desafios da sustentabilidade”.
A entrada da feira é gratuita para profissionais do setor, que podem fazer o credenciamento online e imprimir a credencial em casa, antes de chegar ao evento.
Serviço:
31ª Feira Internacional da Mecânica
Data: 17 a 21 de maio de 2016
Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi
Av. Olavo Fontoura, 1.209 – Santana – São Paulo – SP – Brasil
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