Fonte: Gazeta Mercantil - 16/07/07
A Scania Latin America estuda transferir para a fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista a montagem da caixa de câmbio, que atualmente é feito em Tucumã, na Argentina. A medida visa diminuir o tempo de entrega do componente para a produção dos caminhões e ônibus da montadora.
A montagem de diferencial, que também era realizada na Argentina, já é feita, desde janeiro, na fábrica do ABC. Entretanto, todos os componentes são importados de Tucumã, já que a Argentina tem excelência em usinagem. A decisão de se transferir a montagem do diferencial para o Brasil é parte da estratégia da Scania de reduzir os gargalos para se alcançar a produção de 100 mil unidades nas quatro fábricas do mundo já em 2009.
Para isso, a montadora investe € 214 milhões na operação global. Ao completar 50 anos de operação no Brasil, o diretor de produção de caminhões e ônibus da Scania, Sidney Claudinei Basso, disse que os aportes serão feitos para reduzir os gargalos na produção. "A montagem não é o problema, a questão é realmente na parte de usinagem de motor e eixo. No Brasil, os recursos serão aplicados no aumento de tecnologia nas linhas de fabricação", disse o executivo a este jornal.
A capacidade da fábrica na Argentina chegará ao pico de produção este ano, com cerca de 20 mil componentes, em função do aumento da demanda por caminhões 6X4 que utilizam dois diferenciais. Conforme dados da montadora, em 1997, em Tucumã foram produzidos 3,3 mil unidades, no ano passado atingiu 18 mil diferenciais e para 2007 a previsão é uma produção de 20 mil unidades. Este tipo de caminhões é utilizado para o transporte de cargas agrícolas, atividade que deu grande salto nos últimos anos.
A Scania informou que para a transferência da montagem do diferencial para São Bernardo do Campo não será necessária a contratação de pessoal nem mesmo um investimento em maquinário. Toda a produção, segundo a montadora, foi remanejada e os aportes realizados estão dentro dos recursos previstos para o ano, cerca de US$ 30 milhões. Já na Argentina, que sofre com a crise energética, a montadora realizou um acerto nos salários dos empregados para manter todo o quadro funcional na unidade.
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