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O setor de implementos rodoviários acompanha a curva descendente das vendas de caminhões. De janeiro a outubro o mercado destes equipamentos diminuiu 42,2% na comparação com o mesmo intervalo de 2014, para 75,8 mil unidades. Os dados foram divulgados na quinta-feira (5), pela Anfir, associação que representa os fabricantes do segmento.
A maior contração aconteceu nas vendas da linha pesada, de reboques e semirreboques. Houve queda de 46,4%, para 24 mil implementos. O impacto da crise no mercado foi um pouco mais brando na linha leve, de carrocerias sobre chassis. Foram entregues 50,8 mil unidades, volume 39,9% menor do que o anotado há um ano. As exportações do segmento também caíram. A contração foi de 15,9% até setembro, para apenas 2,3 mil equipamentos.
A Anfir avalia que a tendência é de que a redução ainda se aprofunde. A entidade prevê que o ano termine com retração em torno de 45% na comparação com o ano passado. “A decisão de acabar com o Finame PSI praticamente encerrou o ano de 2015 com dois meses de antecedência”, aponta Alcides Braga, presidente da associação, lembrando do corte de R$ 30,5 bilhões na linha de crédito anunciado no fim de outubro.
“O PSI é um dos sustentáculos da maioria dos negócios do setor de implementos rodoviários e a medida deverá agravar o quadro atual de queda”, afirma Mario Rinaldi, diretor-executivo da Anfir. Para que a situação não se estenda para 2016, a organização pede a volta do Finame calculado a partir da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). A entidade calcula que, desta forma, os juros anualizados ficariam em torno de 12% ao ano, patamar que estimularia a demanda sem que fossem necessários incentivos do governo. “Se o BNDES financiar entre 80% e 90% do bem para pequenas e médias empresas, e entre 70% e 80% para as grandes, acreditamos que os negócios deverão retomar gradativamente à normalidade”, conclui Braga.
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