Indústria cobiça investimento de US$ 23 bi da Petrobras

A indústria nacional de máquinas e equipamentos espera ficar com US$ 23 bilhões dos US$ 130,3 bilhões que a Petrobras vai investir nos próximos anos.

Dos US$ 130,3 bilhões que a Petrobras vai investir nos próximos cinco anos, a indústria nacional de máquinas e equipamentos espera ficar com US$ 23 bilhões, ou US$ 4,6 bilhões ao ano, disse o diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) para o setor de petróleo e gás natural, Alberto Machado.

O valor supera o total que os fabricantes desse segmento têm alcançado nos últimos anos, de US$ 1,6 bilhão, o equivalente a R$ 5 bilhões, considerando o real a US$ 3,10, câmbio utilizado como premissa pela Petrobras. "Apesar do orçamento da empresa ter diminuído, é possível ampliar as vendas dependendo da política industrial e do cumprimento da regra de conteúdo local", destacou Machado.

A defesa da Abimaq não é exatamente pela ampliação do orçamento da Petrobras, mas pelo crescimento do volume de produtos adquiridos no mercado interno, independentemente do valor a ser investido.

Hoje, segundo a associação, o segmento não está sendo tão favorecido porque os investimentos em grandes projetos feitos pela estatal ainda se concentram na fase de exploração, que contrata mais serviços do que bens.

Mas, o plano de negócios da petroleira, divulgado nesta segunda-feira (29), demonstra que esse cenário vai mudar. A intenção é concentrar 86% do orçamento na área de exploração e produção, US$ 108,6 bilhões até 2019 no desenvolvimento da produção, o que demandará mais produtos do que serviços e, por isso, deve favorecer a indústria local.

O diretor da Abimaq afirma que há capacidade ociosa entre os produtores de máquinas e equipamentos instalados no País. "A indústria local está pronta para atender à demanda da Petrobras", afirma. Machado nega que o segmento tenha contribuído para que a estatal revisse a sua meta de produção de petróleo.


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"As metas de produção de óleo, LGN (líquido de gás natural) e gás natural no Brasil foram atualizadas, refletindo postergação de projetos de menor maturidade ou atraso na entrega das unidades de produção, principalmente em função de limitações de fornecedores no Brasil", traz o plano de negócios da Petrobras.

Mas, segundo Machado, os atrasos ocorreram nos estaleiros e consórcios responsáveis pela construção e montagem dos navios. "Os fabricantes de máquinas e equipamentos venderam muito pouco à Petrobras nos últimos anos. O atraso não pode ser atribuído a eles", afirmou o diretor da Abimaq.