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Em meio a interrupções de produção e queda nas vendas, um grupo de montadoras segue menos sensível à crise. Em comum, focaram investimentos em operações mais enxutas com produção local e bens de maior valor.
As japonesas Toyota e Honda, por exemplo, não só resistiram ao encolhimento do mercado como conseguiram registrar crescimento no primeiro trimestre de 2015.
A primeira opera em capacidade máxima, mas sem excedentes. Na fábrica de Indaiatuba (a 98 km de São Paulo), foram produzidos 77 mil sedãs Corolla em 2014.
A Honda evita falar em metas, mas pratica estratégia similar. A empresa utiliza a receita gerada em suas operações nacionais nos novos investimentos, evitando recorrer a empréstimos ou à matriz. "Preferimos manter um ritmo mais comedido. Não vendemos tanto quanto poderíamos, mas também não temos que cortar excedentes", diz uma fonte ligada à marca.
Tais estratégias comerciais só são possíveis devido à reputação construída pelas marcas japonesas no Brasil. Seus produtos têm fama de duráveis, o que permite um posicionamento de preço acima da média de seus segmentos de atuação.
Com lucro maior por unidade vendida, é possível sustentar o negócio sem depender de volumes vultosos de vendas, como as empresas que estão voltadas para a produção de veículos populares.
Essa lógica também é aplicada, em escala ainda menor, pelas marcas premium que estão instalando novas fábricas no Brasil.
"O segmento premium cresce mais que os outros. Acredito que o Brasil será um grande mercado, por isso estamos investindo nele", disse Luca di Meo, membro do conselho administrativo da Audi.
A empresa alemã, que bateu recorde de vendas em 2014, volta a produzir no país em setembro, na fábrica do grupo VW em São José dos Pinhais (PR). Hoje pratica uma agressiva estratégia de vendas, para atrair novos clientes. Formas de financiamento facilitado e campanhas sazonais de desconto estão entre as principais ações.
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A BMW seguiu caminho similar, e já produz carros em Araquari (SC). A Mercedes-Benz fará o mesmo a partir de 2016, em Iracemápolis (a 157 km de São Paulo). Todas planejam volumes modestos –20 mil unidades/ano.
Das empresas que atuam no segmento de entrada, a mais ambiciosa no momento é a Nissan. "Enquanto o mercado em geral espera cair entre 10% e 15%, nós planejamos crescimento de dois dígitos para este ano", prevê Ronaldo Znidarsis, vice-presidente de Vendas e Marketing da fabricante japonesa.
O otimismo se deve à fábrica de Resende (RJ), que nacionalizou carros antes produzidos no México. Embora o foco esteja em modelos de entrada (March e Versa), o raciocínio é o mesmo das marcas de menor volume: adequar-se à demanda de momento, sem excedentes de produção e com foco no mercado nacional.
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