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Depois de 14 semanas consecutivas de projeções em alta, os analistas ouvidos para o boletim Focus reduziram a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano: de 8,20% para 8,13%. Há um mês, essa expectativa estava em 7,93%. O próprio Banco Central, responsável pela divulgação do Focus, espera uma inflação de 7,9% este ano.
No Top 5 de médio prazo, que é o grupo dos economistas que mais acertam as previsões, o movimento foi contrário ao do restante. A mediana para o IPCA deste ano segue acima da banda superior de 6,5% da meta e passou de 8,44% para 8,73% esta semana. Quatro semanas atrás, estava em 8,33%.
Para o fim de 2016, a mediana das projeções para o IPCA foi mantida em 5,60%. Quatro semanas atrás estava neste mesmo nível. Já no Top 5, a projeção para a inflação ao final do ano que vem foi corrigida para próximo do limite máximo de tolerância ao passar de 5,64% para 6,40% - um mês antes estava em 5,61%. De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação do BC divulgado no mês passado, a taxa ficará em 4,9% pelo cenário de mercado - que considera juros e dólar constantes - ou em 5,1%, levando-se em consideração as estimativas da Focus imediatamente anterior ao documento.
As expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente seguem elevadas, mas voltaram a mostrar recuo. Nesta edição de hoje, essa projeção passou de 6,11% para 5,99% - um mês antes estava em 6,58%. No curto prazo, os preços mostram um pouco mais de controle quando comparado aos resultados dos três primeiros meses do ano.
Depois da alta de 1,24% de janeiro, revelada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 1,22% em fevereiro, e de 1,32% em março, a projeção para a taxa em abril, desacelerou para um porcentual abaixo de 1%. De acordo com o boletim Focus, a mediana das estimativas passou de 0,64% para 0,65% - um mês antes, estava em 0,60%. Em maio, esse indicador de custo de vida pode esfriar ainda mais, quando o índice deve ter alta de 0,48% - acima dos 0,46% previstos na semana anterior e dos 0,45% estimados quatro edições da Focus atrás.
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Selic
O mercado financeiro manteve o consenso de que haverá uma elevação da Selic dos atuais 12,75% ao ano para 13,25% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para o fim de abril. Além disso, de acordo com o Relatório de Mercado Focus divulgado há pouco pelo Banco Central, para o fim deste ano, a mediana das previsões foi mantida em 13,25%. Há um mês, a estimativa era de que a Selic encerrasse 2015 em 13,00% ao ano. A taxa média do ano foi ampliada de 13,16% ao ano para 13,17%. Quatro semanas antes, essa taxa média estava em 12,88% ao ano.
Para o fim de 2016, a mediana das projeções foi mantida em 11,50% ao ano de uma semana para outra. Esta é a décima quinta semana consecutiva que a taxa está estacionada neste patamar. Apesar disso, a previsão mediana para a Selic média do ano que vem subiu de 11,95% ao ano para 12,00%. A taxa observada há um mês era de 11,74%. Isso embute a perspectiva de que a Selic subirá para além do que é esperado para o fechamento do ano e que depois, o Copom voltará a reduzir a taxa. No caso dos economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5 de médio prazo, a Selic encerrará este ano em 13,50% ao ano, previsão menor que a registrada na semana anterior, de 13,75%. Para 2016, a expectativa é de que a taxa fique em 12% ao ano, mesmo previsão há três semanas.
Câmbio
As previsões para o comportamento do câmbio neste e no próximo se estabilizaram na pesquisa do BC divulgada hoje. De acordo com o documento, a mediana das estimativas para o dólar no encerramento de 2015 segue em R$ 3,25, mesmo valor da semana passada. Quatro edições anteriores da Focus, a mediana estava em R$ 3,06. A taxa média prevista para este ano, no entanto, recuou de R$ 3,14 para R$ 3,13 - um mês antes estava em R$ 3,03. Já para 2016, a cotação final segue em R$ 3,30 - estava em R$ 3,11 quatro levantamentos antes. A taxa média para o ano que vem, também estável, ficou em R$ 3,21. Um mês antes estava em R$ 3,06.
Administrados
Centro das discussões sobre o rumo da inflação deste ano, as projeções para a alta dos preços administrados se mantiveram em 13,00% para 2015, mesmo valor da semana passada. Um mês antes, a mediana estava em 12%. Para o BC, os preços administrados devem apresentar alta de 11% em 2015, número que leva em conta variações ocorridas, até fevereiro, nos preços da gasolina (8,4%) e do gás de bujão (1,2%), bem como as hipóteses, para o acumulado de 2015, de redução de 4,1% nas tarifas de telefonia fixa e de aumento de 38,3% nos preços da eletricidade. Já para 2016, a expectativa no boletim Focus é a de que a pressão para a inflação desse conjunto de itens seja menor. A mediana das estimativas continuou em 5,50% pela nona vez consecutiva.
Exportações
As projeções do mercado financeiro para a balança comercial apresentaram ligeira melhora para 2015 no Relatório de Mercado Focus, divulgado há pouco pelo Banco Central. A mediana das estimativas para o saldo comercial em 2015 subiu de um saldo positivo de US$ 4,02 bilhões para US$ 4,30 bilhões - um mês antes essa previsão estava em US$ 3 bilhões. Para 2016, no entanto, a mediana das projeções apresentou estabilidade em um superávit de US$ 10 bilhões, mesmo valor de um mês atrás.
No caso das previsões para a conta corrente, o mercado financeiro manteve inalteradas suas previsões de déficit em US$ 77 bilhões. Quatro semanas atrás estavam em US$ 79,50 bilhões. Já para 2016, a perspectiva de saldo negativo segue estável em US$ 70 bilhões, mesmo valor de um mês atrás. Para esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) será insuficiente para cobrir esse resultado deficitário em 2015 e também no ano que vem, já que a mediana das previsões se manteve em US$ 56 bilhões no caso de 2015 e passaram de US$ 58 bilhões para US$ 59 bilhões no de 2016.
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