Principais problemas da usinagem em termos de ferramentas

Fonte: Adept Systems

Nas atividades de produção de peças, dois fatores são fortemente influenciados pelas ferramentas de usinagem: Qualidade dos produtos produzidos e Custos de fabricação. Estudos recentes na área de Gerenciamento de Ferramentas detectaram que as ferramentas de corte respondem por até 20% do custo total de fabricação.
Este percentual envolve, além do consumo normal de ferramentas:

  • Perdas por uso indevido ou inadequado;
  • Perdas atribuídas ao uso de ferramentas obsoletas ou improdutivas;
  • Gastos com manutenção das ferramentas;
  • Investimentos em estoques de tamanhos inadequados;
  • Despesas com armazenamento e transporte, muitas vezes envolvendo falta de critérios;
  • Perda de tempo devido a dificuldade de localização de ferramentas no chão-de-fábrica;
  • Dificuldades envolvendo o Projeto e o Planejamento dos Processos, devido a falta de informações para a produção.

É interessante observarmos que até mesmo problemas inaceitáveis são encontrados não apenas nas nossas indústrias, mas no mundo todo: “Quase ninguém gosta de falar muito sobre isso, mas existe o furto de ferramentas por parte dos funcionários. Um bom Gerenciamento de Ferramentas pode prevenir tais acontecimentos”. Mesmo nas fábricas mais disciplinadas, o fato de delegar a importância de controlador para os operadores eleva o nível do trabalho. Por isso, é necessário conscientizar o operador de que sua atividade diária pode e deve agregar valor à produção da fábrica como um todo.
Tendo em vista estes problemas, torna-se evidente que as empresas precisam tomar medidas eficazes e urgentes com o intuito de reduzir os custos dos seus meios produtivos, principalmente em relação às ferramentas de usinagem.
Os valores a seguir ilustram quantitativamente a importância do Gerenciamento de Ferramentas:

  • Nas indústrias dos Estados Unidos, 16% da produção programada não é atingida porque as ferramentas necessárias não estão disponíveis ao pessoal da produção;

 

  • 50% do estoque de ferramentas é considerado obsoleto;

  • 30% a 60% do estoque de ferramentas é desconhecido por encontrar-se fora de lugar ou espalhados aleatoriamente pela fábrica.

A solução para combater e resolver estes problemas, é a utilização eficaz da informação. Certamente, o volume de informações que deverão ser levantadas dependerão do número de ferramental da empresa e do grau de organização que se está pretendendo atingir.


Em outros tempos, este volume de informações a serem tratadas poderia comprometer o trabalho de organização, pois por melhor que fossem os critérios estabelecidos para o controle, eles sempre esbarravam em uma grande perda de tempo dos funcionários encarregados de tal tarefa.


Nos dias de hoje, a informática nos permite tratar de um grande volume de informações através dos bancos de dados. Mais do que simplesmente armazenar os dados, softwares especialistas conhecidos por Gerenciadores de Ferramentas possibilitam executar funções com estes dados, tornando-se sistemas inteligentes.


A intenção é, sempre, agilizar o trabalho das pessoas e, em contrapartida, fornecer o máximo de subsídio para a empresa saber o que ocorre no interior da fábrica.


MANIFESTAÇÃO DOS PROBLEMAS NAS FÁBRICAS BRASILEIRAS


No trabalho diário, as empresas que atuam na usinagem encontram uma série de problemas relacionados com ferramentas de corte. Em recentes trabalhos de consultoria, detectamos uma série de problemas envolvendo ferramentas e itens correlatos. Estes problemas podem ser divididos em três grupos, segundo a sua natureza. São eles: problemas operacionais, administrativos e técnicos.


Problemas de Ordem Operacional

  • Falta de conhecimento das ferramentas realmente disponíveis na fábrica; 
  • Falta de informações técnicas e comerciais sobre as ferramentas disponíveis;
  • Falta de critérios e meios que facilitem a seleção e utilização das ferramentas;
  • Morosidade na seleção e preparação das ferramentas com conseqüente aumento no tempo de set-up das máquinas;
  • Dificuldade na identificação das ferramentas, devido a diversidade de formas, de materiais e de fornecedores.

Problemas de Ordem Administrativa

  • Desconhecimento do local onde as ferramentas se encontram;
  • As condições de alocação de ferramental variam desde locais totalmente desordenados a locais organizados, mas dificilmente aspectos como ergonomia, funcionalidade, movimentação e facilitação da procura são levados em conta;
  • Permanência em estoque de ferramentas já obsoletas e improdutivas;
  • Problemas com o super ou subdimensionamento do estoque;
  • Ausência de sistemas de informações facilitadores do controle de estoque e inventário;
  • Ineficácia do controle adotado para acompanhar a movimentação das ferramentas durante o turno de trabalho;
  • Compras desnecessárias, baseadas em critérios e procedimentos inadequados;
  • Processo de compra não sistematizado ou sincronizado com as necessidades atuais da fábrica (compras com atraso e em regime de urgência);
  • Ausência de troca de informações entre os diversos setores da fábrica, mais precisamente planejamento/processos/engenharia industrial/compras/almoxarifado.

Problemas de Ordem Técnica

  • Falta de critérios de padronização de formas, dimensões e de materiais;
  • Falta de conhecimento sobre o estado de manutenção e do tempo de utilização das ferramentas;
  • Faltam critérios e métodos para a manutenção das ferramentas, sendo que muitas vezes encontram-se em estado desaconselhável para a produção;
  • Conhecimento parcial da intercambiabilidade de ferramentas e suportes de fixação na máquina;
  • Utilização das ferramentas sem observar suas condições ótimas para o trabalho, tendo em vista a produtividade e/ou os custos de produção;
  • Planejamento dos Processos, em linhas gerais, tem gradualmente aderindo a utilização do auxílio do computador em suas tarefas, como por exemplo a utilização de softwares CAPP, CAM e CAD, estes últimos extremamente difundidos. No entanto, o detalhamento dos processos ainda é muito deficiente, pois não satisfaz plenamente a necessidade de descrição de ferramentas, locais de guarda, etc.;
  • Conhecimentos técnicos a respeito de utilização e características das principais ferramentas de posse somente de funcionários com maior experiência, ou seja, conhecimentos técnicos restritos a poucas pessoas;
  • Por fim, há uma ausência de sistematização no controle de compras, trocas, análise de vida útil, localização na fábrica, existência física, quebras, etc.