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A Vale confirmou nesta terça-feira (9) a venda de participação em empreendimentos que possui em Moçambique para a japonesa Mitsui. A alienação consiste em 15% da Vale Moçambique — dona de 95% da mina de Moatize, de carvão — e mais 35% do corredor logístico de Nacala, que faz parte da operação local.
O conglomerado industrial japonês vai pagar até US$ 793 milhões, no total. Desse montante, US$ 450 milhões são referentes à fatia de 15% na mina de carvão, sendo que mais US$ 30 milhões podem ser pagos a depender de metas operacionais ou US$ 120 milhões podem ser descontados, se o desempenho for negativo.
Ao mesmo tempo, a Vale informou que a Mitsui vai contribuir com US$ 313 milhões para deter instrumentos financeiros utilizados para financiar o investimento em Nacala. Após o pagamento, a companhia deterá metade da atual participação de 70% da mineradora brasileira, ou seja, 35%.
Após as transações, cuja conclusão é esperada para 2015, a Vale fica com fatia indireta de 81% em Moatize e mais os 35% restantes no corredor logístico — no qual o controle será compartilhado com a Mitsui. A validação da venda ainda depende de condições precedentes. Segundo os cálculos da mineradora, com a venda de participação a empresa deixa de desembolsar US$ 3,65 bilhões de seu caixa por conta do compartilhamento da responsabilidade de investir com a Mitsui.
Na mina de carvão, a companhia japonesa passará a ser responsável por investimentos proporcionais a sua fatia, ou seja, cerca de US$ 188 milhões. O valor da alienação também será usado para investir no empreendimento. Em Nacala, a ideia é que as duas empresas captem, em conjunto, US$ 2,7 bilhões.
O financiamento que Vale e Mitsui buscam para a logística relacionada à operação em Moçambique é ne gociado sob o modelo de “project finance”, que dá a quem empresta o dinheiro garantias na forma de receitas e ativos do negócio. Os recursos serão divididos em US$ 1,7 bilhão para investir em Nacala e mais US$ 1 bilhão para pagar empréstimos -ponte da Vale que possibilitam o gasto de capital até então.
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“A transação é essencial para a continuidade do investimento em Moçambique”, comentou a brasileira no fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A companhia calcula que a venda vai também melhorar seu bal anço e reduzir sua exposição a risco com a diminuição da fatia no projeto.
Na semana passada, a Vale já havia informado que negociava com um investidor estratégico opções para sua participação em Moçambique. Apesar de não ter revelado qual era o interessado, o mercado já especulava que pudesse ser a japonesa Mitsui.
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