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O fluxo comercial entre o Brasil e a Argentina foi de US$ 2,21 bilhões em novembro, volume que representa uma queda de 17,4% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Em novembro as vendas brasileiras para a Argentina, de US$ 1,080 bilhão, registram uma queda de 28,4%. Mas, as exportações de produtos argentinos para o mercado brasileiro diminuíram apenas 3,3%, totalizando US$ 1,139 bilhão. Desta forma, a Argentina conseguiu um superávit comercial de US$ 59 milhões em novembro. No mesmo mês do ano passado o Brasil havia tido um superávit comercial de US$ 331 milhões com a Argentina.
Segundo a consultoria Abeceb, o principal motivo para a queda das vendas brasileiras para a Argentina é "o processo de restrições às importações que o governo da presidente Cristina Kirchner implementa, agravado nos últimos meses pela escassez de divisas". A Abeceb também atribui a queda à queda de atividade da economia argentina, "fato que provoca uma menor demanda por bens importados".
A consultoria sustenta que 70% da redução da entrada de produtos Made in Brazil na Argentina deve-se às menores compras de cadeia da indústria automotiva argentina. Nos primeiros onze meses deste ano o comércio bilateral acumulou US$ 26,2 bilhões, o equivalente à uma queda de 21,8% em relação ao mesmo período de 2013. Entre janeiro e novembro a Argentina importou US$ 13,2 bilhões de produtos Made in Brazil, volume que indica uma queda de 27,2% em comparação com os primeiros onze meses do ano passado. Na contra-mão, a Argentina exportou ao mercado brasileiro US$ 12,9 bilhões, o equivalente a uma redução de 15,3%.
Mercosul
Nos dias 16 e 17 na cidade de Paraná, capital da província de Entre Ríos, a Argentina será a anfitriã de uma nova cúpula do Mercosul. Tudo indica que na ocasião representantes do Brasil e da Argentina voltarão a discutir as medidas protecionistas aplicadas pelo governo da presidente Cristina, especialmente as "Declarações Juramentadas Antecipadas de Importação (DJAI)". Esta medida, criticada pelos empresários brasileiros, aplicadas desde fevereiro de 2012 pelo governo Kirchner, constituem uma modalidade de obstáculo alfandegário que atinge 100% dos produtos importados de todos os países, inclusive dos sócios do Mercosul.
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As DJAI brigam todas as empresas que desejem importar a apresentar, de forma prévia, um relatório detalhado à Administração Federal de Ingressos Públicos (Afip), denominação da receita federal argentina. A norma não contempla qualquer espécie de prazo para que o Fisco emita uma decisão. Desta forma, os empresários frequentemente esperam longos meses até saber se poderão - ou não - importar um insumo ou bem de consumo.
O governo Kirchner também aplica contra os produtos brasileiros uma bateria de medidas, entre as quais as licenças não-automáticas, valores-critério, medidas anti-dumping e a imposição de cotas aos empresários brasileiros que exportam para a Argentina (denominadas com o eufemismo de "acordos voluntários").
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