Brasil aumenta peso na balança comercial portuguesa há seis anos

Desde 2000 a importância do Brasil na balança comercial portuguesa é crescente

Fonte: Portugal Digital - 03/07/07

Imagem: Divulgação

Participação brasileira nas importações portuguesas mais do que duplicou nos últimos seis anos.

 O Brasil não pára de aumentar o seu peso na balança comercial portuguesa. Uma análise publicada pelo Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE) do Ministério da Economia de Portugal mostra que os produtos brasileiros têm reforçado desde 2000 o seu contributo para as importações lusas, sem uma única quebra até 2006.



Os dados apresentados pelo GEE indicam que no ano 2000 o peso do Brasil nas importações portugueses era de 1,11%. Em 2001 passou para 1,26%, em 2002 cresceu para 1,55%, passando a 1,58% no ano seguinte, para subir novamente em 2004 aos 1,84%. No ano 2005 o Brasil representou exactos 2% das importações portuguesas e em 2006 chegou a 2,32%.

A evolução prova a crescente importância do Brasil no comércio português com o exterior. O Brasil tem sido, aliás, um importante fornecedor de diversos produtos para o mercado europeu. Essa é uma das razões pelas quais a presidência da União Europeia, que Portugal ontem assumiu, vai privilegiar os contactos com o Brasil. Para esta semana está agendada uma cimeira UE-Brasil, em Lisboa, que lançará oficialmente o Brasil como parceiro estratégico do bloco europeu.

Já a importância do Brasil como destino das exportações portuguesas não registou nos últimos anos a mesma tendência, segundo os dados do GEE. No ano passado o mercado brasileiro valia menos que em 2000: 0,74% das exportações portuguesas em 2006, contra 0,75% em 2000. Mas foi em 2003 o ponto mais baixo. Nesse ano o Brasil representou apenas 0,46% das vendas portuguesas ao exterior.

Em 2006, o Brasil ocupou a 8ª posição no 'ranking' das importações de Portugal e a 14ª posição no 'ranking' das exportações.

No ano passado, as importações mais significativas vindas do Brasil incidiram no grupo de produtos "energéticos" (44,4%), essencialmente petróleo bruto, com uma elevada taxa de crescimento em relação ao ano anterior (+77,7%). Seguiu-se o grupo "agro-alimentares" (peso de 23,9% e crescimento de 14,6%), principalmente soja, frutas e carnes, e o grupo dos "minérios e metais" (representando 12,3% e crescendo 23,7%), com destaque para os laminados planos de ferro e aço.

As exportações, lembra o GEE, distribuíram-se maioritariamente pelos grupos de produtos "agro-alimentares" (peso de 47,6% e variação de 41,4%), com destaque para o azeite, bacalhau, vinho e frutas frescas ou de casca rija, "minérios e metais" (representando 15,4% e crescendo 83,4%), essencialmente cobre, "energéticos" (peso de 8,5% e variação de 86,8%), em sua grande parte lubrificantes, e "máquinas" (participação de 8,2% e crescimento de 14,6%), muito diversificadas.

A outro nível, assinala ainda o gabinete do Ministério da Economia português, "o fluxo de investimento entre os dois países é bastante mais significativo de Portugal para o Brasil do que no sentido inverso. Na sequência de importantes investimentos portugueses no Brasil realizados no final da década de 90 e início da primeira década de 2000, e de acordo com dados do Banco de Portugal, o investimento directo estrangeiro bruto no Brasil em 2005 e 2006 foi respectivamente da ordem dos 362 e 514 milhões de euros, enquanto que o investimento bruto do Brasil em Portugal se situou nos 69 e 108 milhões de euros".

Segundo dados de base do Banco Central do Brasil, Portugal terá ocupado em 2006 a 15ª posição no 'ranking' dos investidores estrangeiros no Brasil, depois de ter sido 6º em 2001 e 2002. Os maiores investidores são os EUA, com 19,9% do total em 2006, seguidos neste ano pelos Países Baixos (15,7%), Ilhas Cayman (8,9%), Suíça (7,3%), Espanha (6,8%), e Canadá (5,8%).

No plano europeu, a balança comercial da UE com o Brasil é deficitária. Em 2006 o saldo foi favorável ao Brasil em 8,55 mil milhões de euros. De acordo com dados do Eurostat, a Alemanha é o principal parceiro comercial do Brasil na União Europeia, tanto do lado das importações comunitárias (19,6% do total), como do lado das exportações (31,8%). Portugal representou no ano passado 1,4% das exportações da UE para o Brasil e 4,7% das importações.

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