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O Brasil possui oito empresas entre as mil mais inovadoras do mundo. Juntas, as companhias nacionais investiram US$ 2,65 bilhões em inovação entre junho de 2013 e junho de 2014, segundo estudo divulgado hoje (28) pela Strategy& (ex Booz & Company). O Global Innovation 1000 de 2014 analisou as mil empresas de capital aberto no mundo que mais investiram em P&D (Pesquisa & Desenvolvimento) e classificou as companhias de acordo com seu nível de inovação. A Petrobras aparece na 126ª posição, seguida por Vale (166ª), Embraer (492ª), Gerdau (739ª), Totvs (879ª), Eletrobras (938ª), Natura (978ª) e WEG (980ª). Em comparação ao ranking de 2013, a CPFL perdeu sua posição na lista, mas o Brasil ganhou como novos representantes Eletrobras, Natura e WEG. O total do investimento das empresas do país, no entanto, caiu 12,5%.
O ranking mundial, liderado pela Apple, não leva em conta somente o total de investimentos de cada empresa, mas sim a estratégia, finalidade e sucesso do que foi aplicado em P&D. A Apple, por exemplo, aparece como a empresa mais inovadora do mundo - mas investiu em 2014 praticamente a metade (US$ 4,5 bilhões) do que o Google (US$ 8 bilhões), o segundo colocado.
No Brasil, a Petrobras gastou em P&D US$ 1,130 bilhão e a Vale US$ 826 milhões. Segundo a Strategy&, o que muitas companhias altamente inovadoras têm em comum não é um alto nível de gasto com P&D, mas sim uma compreensão dos desejos e necessidades de seus consumidores. Ao invés de depender de pesquisa de mercado, estas empresas estabelecem conexões íntimas com seus clientes e inovam antecipando as necessidades deles.
Apesar do valor aplicado em pesquisa e inovação total das mil empresas ter sido recorde - US$ 647 bilhões - a taxa de crescimento verificada foi de apenas 1,4% em relação a 2013, a segunda menor dos últimos dez anos. Os investimentos em P&D como porcentagem da receita caíram 17% entre 2005 e 2014. De acordo com a consultoria, as empresas participantes do estudo relatam que são melhores em inovar agora do que há uma década. Elas estariam, portanto, fazendo mais com menos, o que permitiria uma redução do aumento nos gastos, mas ainda assim alcançar resultados.
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Entre os setores que mais investiram, o da indústria de computadores e eletrônicos e o de cuidados com a saúde representam 47% do total de P&D investido. A indústria de software e internet foi, entre as únicas quatro que aumentaram o valor aplicado, a que mais elevou os investimentos: 16,5%.
Companhias sediadas na América do Norte, Europa e Japão continuam a dominar os gastos em P&D, mas com menor participação do que há dez anos. A China tem crescido: uma década atrás, aparecia com oito empresas no ranking - em 2014, são 114.
Need Seeker
Para elaborar a ordem do ranking, o estudo classifica as empresas em três tipos: as "Need Seeker", que buscam engajar os consumidores diretamente com novas ideias e desenvolvem produtos originais direcionados a necessidades "não existentes previamente"; as "Market Readers", que criam em cima das necessidades dos consumidores, do mercado e a partir do produto dos competidores; e as "Technology Drivers", que dependem muito de expertise interna para criar novos produtos e serviços. Segundo a Strategy&, no entanto, ao contrário do que pode parecer incialmente, ser uma "Need Seeker" não é o caminho mais garantido para inovar. Amazon, Samsung e Google - que estão entre as mais inovadoras do mundo - seguem estratégias e modelos diferentes. Desde que esses modelos estejam alinhados com a estratégia corporativa, cada realização vai ser um sucesso tremendo. O estudo também não encontrou uma relação entre a performance financeira da empresa e o gasto que ela fez em P&D.
O que os líderes dizem
A Strategy& ouviu 505 líderes em inovação de aproximadamente 467 empresas. 76% dos entrevistados disseram que são melhores em inovação atualmente do há dez anos e 78% acreditam que desenvolveram uma compreensão mais detalhada dos desejos e necessidades de seus consumidores ao longo da última década. E como eles gastam em inovação? 58% afirmaram que dão prioridade para incrementar ou criar novas inovações - relacionadas a produtos atuais; 28% disseram optar por novas inovações e apenas 14% apostam em inovações de ponta, que quebram os parâmetros já existentes. Alinhar o negócio com as estratégias dessa área é a prioridade número um para 20% das mil empresas do ranking. Construir capacidades para inovar, para 18%, e alinhar cultura corporativa com estratégia de inovação, para 14%.
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Pesquisa é da revista America Economia; lista traz 26 brasileiras.
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