Notícias
O Sindipeças, entidade que representa os fabricantes de autopeças, enfim tem um motivo para manter o otimismo acerca do Inovar-Auto, novo regime automotivo que entrou em vigor no início de 2013. Ao menos é o que demonstrou Paulo Butori, presidente da organização, na abertura do Congresso SAE Brasil, na terça-feira (30). O executivo falou pela primeira vez do programa em tom positivo. Isso porque, depois de quase dois anos de vigência, enfim foram regulamentados aspectos essenciais para o setor, que dizem respeito ao rastreamento do conteúdo dos carros para garantir o índice de nacionalização. As normas foram estabelecidas pela Portaria 257 de 23 de setembro.
“Vamos passar por um processo difícil de adaptação, serão seis meses de testes do sistema que informa o governo sobre a origem das peças e componentes. Mas isso está dentro do combinado”, explica o executivo. Segundo ele, o mais importante é que a legislação saiu de acordo com o acertado entre as entidades que representam o setor e o segmento. Dessa forma, não foi preciso administrar surpresas desagradáveis que poderiam surgir depois de espera tão longa pela regulamentação.
“Assisto hoje situação diferente dos últimos anos, quando importávamos muitos automóveis. O Inovar-Auto teve a qualidade de frear esse processo e as empresas começaram a trazer fábricas para o Brasil”, declarou na abertura do congresso, em clara mudança de tom diante do programa do governo, Até então Butori era um dos principais críticos da política industrial que, segundo ele, não teria nenhum efeito positivo sobre a cadeia produtiva sem a rastreabilidade das autopeças.
O Inovar-Auto está previsto para vigorar apenas até 2017, mas o mercado tem expectativa da criação do que seria a parte dois do programa. Butori admite que o efeito da checagem do conteúdo local seria limitado se a fiscalização terminasse nesse prazo. Ele afirma, no entanto, que é cedo para avaliar as chances de o programa ter continuação. “Só vamos conseguir debater isso depois das eleições”, enfatiza.
Como o rastreamento só começa a funcionar em 2015, o presidente do Sindipeças aponta que a regulamentação não afetará os negócios este ano. Para ele, 2014 teve “três carnavais”, considerando original, que aconteceu em março, a Copa do Mundo e as eleições, que, segundo ele, também são eventos capazes de frear as vendas. “O ano está acontecendo como esperávamos desde o início. Está morno para frio, mas as coisas devem esquentar um pouco em 2015”, projeta. O aquecimento esperado por ele é muito mais uma recuperação do que aceleração dos negócios. “Batemos no fundo do poço este ano, não vamos cair mais.”
Gostou? Então compartilhe:
Faça seu login
Ainda não é cadastrado?
Cadastre-se como Pessoa física ou Empresa