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A tendência para o emprego na indústria de máquinas e equipamentos mecânicos é de queda, afirmou nesta quarta-feira (24) Carlos Pastoriza, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). No ano até agosto, o número de pessoal ocupado está 2,5% abaixo do nível observado em 2013. Desde o pico observado em 2012, quando o total de pessoas ocupadas era de 260.699, o setor já demitiu cerca de 12 mil pessoas. "Sentimos uma forte tendência de que isso se acelere, até devido à baixa carga de pedidos em carteira", afirmou.
Em agosto, foi observada uma queda de 0,9% na carteira de encomendas ao setor na comparação com julho, embora 2% acima do observado em agosto do ano passado. "Com esse nível de pedidos em carteira, já estão contratadas as demissões para os próximos meses", disse. Para o presidente da Abimaq, essa tendência de demissões continuará até que o próximo governo sinalize uma mudança nos rumos da economia brasileira, de modo a recolocar a atividade de volta nos trilhos do crescimento.
Faturamento
A Abimaq registrou um faturamento bruto de R$ 5,379 bilhões em agosto, valor 5,5% inferior ao de julho. O número também é 28,7% menor do registrado no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a queda é de 16,6% na comparação com 2013, e a Abimaq ressaltou que as vendas para o mercado interno estão 32,1% mais fracas neste ano.
Além disso, os preços de máquinas e equipamentos estão crescendo menos que a variação dos custos, o que reduz as margens do setor, explicou a associação. O índice de preços ao produtor neste ano registra deflação de 1,5%, enquanto o índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) acelera 4,0%, afirmou a Abimaq. "A apreciação do real nos últimos meses e um mercado anêmico ajudam a explicar o comportamento dos preços", acrescentou.
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A balança comercial mais uma vez registrou déficit. Em agosto, o saldo negativo foi de US$ 1,101 bilhão, embora esse número seja 16,6% menor que o déficit registrado em julho. O saldo negativo também é 24,7% inferior ao do mesmo período do ano passado.
Reformas
De acordo com Pastoriza, o sentido de urgência no setor de máquinas e equipamentos por reformas é muito grande. Em coletiva de imprensa, ele disse ser essencial a aprovação das reformas previdenciária, tributária e política. "Se no próximo mandato não forem feitas as grandes reformas, temo que vamos para um caminho sem retorno", disse. Ele acrescentou que os candidatos à Presidência estão sensíveis a esse sentido de urgência. Para ele, a melhor estratégia seria aprovar as reformas para que elas entrem em vigor somente no futuro, e não imediatamente, para que a aprovação fosse mais fácil.
Pastoriza explicou que o Brasil não está em crise no momento, uma vez que a inflação continua sob controle, o balanço de pagamentos ainda está equilibrado e o nível de emprego continua bom, mas afirmou que vivemos uma crise de expectativas. "Nós não precisamos de dinheiro para amanhã, mas precisamos que o governo aponte para a sociedade os caminhos que vão colocar o Brasil nos trilhos", cobrou.
O presidente da Abimaq classificou a reforma política como a principal, uma vez que a partir dela será possível realizar as demais. Para ele, essas reformas poderão conduzir os juros para um patamar mais baixo e, dessa forma, favorecer um ciclo de investimento produtivo.
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