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A diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriard, chamou a atenção em entrevista publicada na Petronotícias para o avanço da produção nacional na área de equipamentos subsea. "Estamos a um passo de nos tornarmos exportadores", alegou. Ela comentou sobre as reclamações da indústria por uma revisão do Conteúdo Local - proporção dos investimentos nacionais aplicados em um determinado bem ou serviço, correspondendo à parcela de participação da indústria nacional na produção desse bem ou serviço -, alegando que não existe nenhum estudo neste sentido.
"A indústria vem, vamos dizer assim, se preocupando em não entregar Conteúdo Local. Então, por parte da ANP, a coisa é muito simples: não entregou, paga multa, porque tem uma cláusula no contrato que diz que o que você não fizer, você merece uma multa por isso. É tão simples quanto isso. Agora, olhando o que foi feito nesses 10 anos, a gente vê que tem muita coisa boa e bem feita nisso. A própria indústria naval é o maior exemplo disso", diz na entrevista.
Questionada sobre as áreas que mais avançaram, apontou para os equipamentos subsea, "disparados". "Estamos a um passo de nos tornarmos exportadores. A FMC, por exemplo, hoje já exporta produtos feitos aqui. Então essas coisas já estão acontecendo e o grande objetivo, que é ter produtos classe mundial, já está acontecendo em alguns segmentos."
De acordo com a diretora-geral, apesar do apelo de petroleiras pela revisão do Conteúdo Local, capitaneadas até pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), a agência se mantém com a mesma postura e negou que existam estudos sobre uma possível revisão, como alegou o IBP. Quem não entrega o Conteúdo Local estipulado, paga multa. Ela informou que até obras mais grandiosas, que poderiam sofrer maiores dificuldades do que outras para cumprir a parcela de Conteúdo Local, estão conseguindo atingir o objetivo.
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"Tem coisas que são obras mais grandiosas do que outras. (...) Há pouco tempo eu fui no estaleiro Brasa e estava sendo entregue o FPSO Cidade de Ilhabela, que vai para Sapinhoá. A plataforma foi feita com grande parcela de conteúdo nacional, mostrando que isso é possível. O Atlântico Sul também já entregando. Estou encantada com esses guindastes de grandes capacidades, porque isso faz diferença na gestão do estaleiro. A própria organização das peças dentro de um estaleiro faz diferença, e os estaleiros brasileiros já estão aprendendo a lidar com isso",
Chambriard salientou ainda que a aspiração atual é que o movimento de Conteúdo Local por obrigação contratual se torne um processo natural, no futuro, com a indústria brasileira mais competitiva mundialmente, "com preço, prazo e qualidade". "A gente quer sair desse momento. Mas vamos sair agora? Não, não sei. Temos que construir uma ponte entre a situação atual e aquela de plena competição, em que o produto brasileiro vai ser colocado disputando mercado mundo afora, com vantagem", salientou para a Petronotícias.
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