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O valor negociado com a importação de bens de capital sofreu uma redução de 5,9% no primeiro semestre desse ano ante o mesmo período do ano passado, caindo de US$ 25.639,7 milhões para US$ 24.138,2 milhões. Partes e peças para a indústria agrícola e maquinaria industrial foram os itens mais impactados, com movimentos 20,4% e 18,5% menores, respectivamente.
Em dólar, os valores correspondem a US$124,9 milhões ante US$ 160,7 milhões (partes e peças agrícolas) e US$ 6.882,4 antes US$ 8.445,1 milhões (maquinaria industrial). Máquinas-ferramenta tiveram alta de 3%, saltando de US$ 141,9 milhões para US$ 146,1 milhões. A importação de partes e peças para a indústria cresceu 7,5% no período, movimentando US$ 4.278,7 milhões de janeiro a junho de 2014 ante US$ 3.979,7 milhões no primeiro semestre de 2013.
Os dados fazem parte do boletim Avaliação e Perspectivas da Economia Brasileira, realizado pelo economista e professor do Insper, Otto Nogami, consultor da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei) e tem ênfase nos dois principais segmentos representados pela associação: máquinas-ferramenta e equipamentos e acessórios industriais, os chamados meios de produção.
Para Ennio Crispino, presidente da Abimei, a pequena variação positiva na importação de máquinas-ferramentas está longe de significar alívio nas perdas que o setor vem enfrentando desde a crise econômica global de 2008. “Vínhamos crescendo em dois dígitos e de repente nos deparamos com uma recessão industrial que ainda impacta seriamente a nossa atividade”, afirma. Além do baixo crescimento da indústria, as medidas protecionistas adotadas pelo Governo, como o recente aumento do imposto de importação de centros de usinagens e redutores e afins, de 14% para 20%, colaboram para frear os negócios no setor. Por outro lado, o aumento na importação de partes e peças para máquinas indica que os fabricantes nacionais continuam progressivamente usando componentes importados nos produtos de seu portfólio, além de produtos totalmente manufaturados fora do Brasil, para incorporar às suas linhas de equipamentos.
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“A indústria nacional de máquinas não possui escala que justifique a fabricação de determinados tipos de máquinas e também, muitas vezes, não detém a necessária tecnologia para produzi-los em suas fábricas locais, daí lança mão das importações para completar portfólio”, afirma Crispino.
Para o professor Otto Nogami, a inflação acumulada em 12 meses já supera os 6,5%, com tendência de alta até o final do ano. A taxa de câmbio tende a cair, no curtíssimo prazo, “graças à intervenção do Governo, motivada pela necessidade de manter o preço dos produtos importados mais baixos, de forma a não pressionar em demasia o processo inflacionário”, mas deve encerrar dezembro em R$ 2,36, segundo analistas de mercado ouvidos pelo relatório Focus.
Nogami ressalta, porém que prognosticar números para tendência, agora, é temerário, pois existe uma incerteza muito grande quanto às ações que o Governo poderá colocar em prática nos próximos dois meses. Ele lembra ainda que encomendas feitas em agosto somente repercutirão no início do próximo ano.
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