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O Brasil pagará US$ 40 milhões para garantir sua participação no Telescópio Gigante Magalhães (GMT, na sigla em inglês), um dos maiores telescópios do mundo que será construído no Chile por um consórcio internacional.
A participação, correspondente a cerca de 4% do valor do projeto, garante aos pesquisadores brasileiros 4% do tempo de operação do GMT, assim como uma cadeira no conselho do consórcio que operará o aparelho, informou a estatal Fundação de Apoio à pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp).
Os astrônomos brasileiros terão acesso a um telescópio que ampliará cerca de 30 vezes o volume de informações disponíveis atualmente para os telescópios em operação.
O aparelho começará a ser montado em 2015 nos Sinos, um observatório nos Andes chilenos a 2.500 metros de altitude e próximo à Serena (norte do Chile), e entrará em operação plenamente em 2021.
O GMT, com 25,4 metros de diâmetro e uma área de coleta de luz 4,54 vezes maior à de qualquer outro telescópio atual contará com sete dos maiores espelhos ópticos projetados até hoje. Também terá lasers para corrigir distorções induzidas pela atmosfera da Terra.
Com isso, será possível investigar a formação de estrelas e galáxias após o Big Bang, medir a massa de buracos negros; descobrir planetas em torno de outras estrelas semelhantes à Terra e estudar a natureza da matéria e da energia escura.
A participação brasileira no projeto poderá ser maior caso prosperem as negociações que a Fapesp adianta atualmente com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, afirmou o coordenador dos Centros de Pesquisa da Fapesp, Hernan Chaimovich, citado em comunicado.
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"Há um grande interesse das duas partes para que pesquisadores de todos os estados do Brasil (não só de São Paulo) possam aproveitar o telescópio e se beneficiem das possibilidades abertas", afirmou Chaimovich.
A participação igualmente lhe dá direito a empresas brasileiras a participar das licitações para os contratos de desenvolvimento e construção do telescópio.
"O Brasil tem grandes empresas capazes de atuar em diversos setores do processo, da produção de peças mecânicas até a construção civil", segundo o representante da Fapesp.
O astrofísico João Evangelista Steiner, pesquisador do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), assegura que a participação no projeto lhe garante aos astrônomos brasileiros "estar na vanguarda por muitas décadas, com grandes oportunidades de descobrimentos cientistas".
De acordo com o especialista, o Brasil poderá aproveitar no GMT os conhecimentos acumulados em outros dois projetos nos quais a Fapesp também tem participação: o Gêmeos, os telescópios gêmeos no Chile e no Havaí operados por um consórcio internacional desde 2004, e o Soar (Southern Observatory for Astrophysical Research), que funciona igualmente nos Andes chilenos desde 2005.
Entre outros membros do GMT figuram as universidades do Arizona, Harvard, Chicago e Texas, a Astronomy Austrália Limited, a Australian National University, o Carnegie Institution for Science, o Korea Astronomy and Space Science Institute e o Smithsonian Institution.
Assista a animação do projeto:
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