PSA estima queda de até 46% na produção este ano

A PSA Peugeot Citroën deve produzir entre 100 e 150 mil veículos no Brasil em 2014, número abaixo dos 185 mil carros produzidos em 2013. A variação negativa, portanto, pode atingir 46%.

A PSA já registrou queda nas vendas de automóveis em 10% no primeiro semestre sobre igual período do ano passado. De acordo com executivos da companhia, a expectativa para este segundo semestre é melhor, mas a empresa reconhece que a produção anual ficara aquém da marca de 2013.

De acordo com o diretor de assuntos corporativos da PSA, Rodrigo Junqueira, as vendas no Brasil foram prejudicadas por um ano atípico, marcado pelo Carnaval tardio, a Copa do Mundo e as eleições marcadas para outubro.

Junqueira, no entanto, é otimista acerca do cenário para 2015, após a eleição: "Nos anos [eleitorais] anteriores, víamos preocupação com a alteração para pior na economia e dessa vez existe muito mais otimismo no sentido de que a economia pode melhorar depois das eleições", afirmou o executivo.

A instabilidade do mercado argentino, para onde a montadora francesa vendeu 40% de sua produção brasileira no ano passado, também vai influenciar na redução da atividade na fábrica de Porto Real, no Rio.

No primeiro semestre a PSA vendeu para o país vizinho cerca de 15 mil carros e 13 mil motores. A marca é semelhante ao volume de exportações da companhia para a Argentina em 2012, mas muito abaixo dos 26 mil carros exportados em 2013.

Para a empresa, o mercado do país vizinho tem perspectivas ainda piores que o brasileiro. "Ele [o mercado argentino] já caiu entre 20% e 25% e as perspectivas não são boas porque há dificuldades de prever o que vai acontecer por conta dos problemas cambiais", afirmou o diretor financeiro da PSA, Jean-Marc Lucent. "Os problemas argentinos são mais profundos que os brasileiros", disse. De acordo com Lucent, as dificuldades nas relações comerciais entre Brasil e Argentina também influenciaram o enfraquecimento das vendas.


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Em 2013, a Peugeot exportou para o Mercosul cerca de US$ 185 milhões, uma marca que não será repetida neste ano, reconhecem os executivos.

Durante palestra na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) sobre as perspectivas futuras do Mercosul, Lucent aproveitou para criticar a falta de unidade no bloco. "Falta para nós industriais, para nós europeus, entender para onde está indo o Mercosul", criticou o diretor financeiro da PSA. "Precisamos de uma integração forte com a Argentina e de livre comércio para permitir uma economia de escala", queixou-se.