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Nos primeiros quatro meses do ano, entraram no país menos 2,3% bens de capital importados ante o mesmo período de 2013. Máquinas-ferramenta sofreu queda de 12,5%, enquanto a importação de peças e componentes para bens de capital usados na indústria aumentou em 13,2%
Os importadores de bens capital encerraram o primeiro quadrimestre de 2014 com queda na atividade: de janeiro a abril, entraram no país menos 2,3% máquinas, equipamentos e acessórios em geral utilizados na indústria, no comparativo com o mesmo período do ano passado. Esse movimento corresponde a US$ 16.237,2 milhões, ante US$ 15.613,8 milhões em 2013. Mais significativa foi a queda de máquinas-ferramenta, usadas na cadeia produtiva da indústria de transformação: menos 12,5%, um volume financeiro de US$ 81,7 milhões. No mesmo período, a importação de peças e partes para bens de capital usados na indústria subiu 13,2%, com volume financeiro de US$ 2.883,6 milhões, o que sugere que as empresas estão preferindo investir em manutenção a em equipamentos novos.
Essas informações fazem parte do relatório de importações de bens de capital elaborado pelo consultor, economista e professor do Insper, Otto Nogami, contratado pela Abimei (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais) para consolidar os dados do setor, com ênfase nos dois principais segmentos representados pela associação: máquinas-ferramenta e equipamentos e acessórios industriais, os chamados meios de produção. “Sentíamos falta de números e dados estatísticos confiáveis a respeito da nossa atividade, que é uma parte da indústria de bens de capital. Os dados, em geral, informam sobre a importação de máquinas para a indústria como um todo, o que nos inclui, mas não nos representa fielmente. Até a imprensa nos cobrava esses dados mais específicos”, comenta o presidente da Abimei, Ennio Crispino.
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Além de indicar com números o comportamento econômico da atividade importadora de máquinas-ferramenta e equipamentos e acessórios industriais, o relatório aponta tendências para o setor. Assim, após um trimestre de baixas sucessivas, no início desse ano, a curva da importação de máquinas-ferramenta finalmente começa a apontar para cima em abril, quando foram negociados cerca de US$ 260 milhões ante US$ 246 milhões no mês anterior. A importação de partes e peças para máquinas apresentou estabilidade no período, movimentando pouco mais de US$ 8,6 milhões em março e em abril.
Para Ennio Crispino, a importação consistente de partes e peças para máquinas indica que os fabricantes nacionais de bens de capital continuam progressivamente usando componentes importados nos produtos de seu portfólio, além de produtos totalmente manufaturados fora do Brasil, para incorporar às suas linhas de equipamentos. Isso porque o industrial nacional de máquinas não possui escala que justifique a fabricação de determinados tipos de máquinas e também, muitas vezes, não detém a necessária tecnologia para produzi-los em suas fábricas locais.
Para o professor Otto Nogami, o relatório mostra que a importação dos chamados meios de produção tende para uma alta até o final do ano, devendo chegar, dentro da normalidade, a uma cifra em torno de US$ 54 bilhões, 5,9% superior a 2013. Segundo ele, a tendência para os próximos meses é um reflexo da premente necessidade de se adequar e expandir as condições de produção do País, caminho importante para o combate à inflação, bem como para buscar uma melhor competitividade aos produtos brasileiros exportáveis.
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