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O mercado brasileiro de propriedade compartilhada de aviões começou a despontar como um bom negócio para a venda dos jatos executivos da Embraer. A brasileira Prime Fraction Club, que atua como um clube de compartilhamento de bens de luxo, tem planos de investir R$ 110 milhões na compra de quatro novas aeronaves Embraer nos próximos dois anos.
Com este investimento, segundo o presidente da Prime, Marcus Matta, a empresa vai dobrar a sua frota atual, formada exclusivamente por jatos Embraer, sendo dois Phenom 100 e dois Phenom 300. No segmento de jatos leves, o Phenom 300, com capacidade para oito passageiros, tem ganhado a preferência dos clientes. O modelo também foi o jato executivo mais entregue pela indústria de aviação em 2013.
A Embraer possui hoje 70 jatos que atuam no sistema de vendas em cotas, de um total de 170 jatos que foram adquiridos pelas principais empresas de propriedade fracionada de aeronaves no mundo. O principal mercado de compartilhamento hoje são os Estados Unidos.
Maior empresa de compartilhamento do mundo, a NetJet opera 25 aeronaves do modelo Phenom 300. Segundo a porta voz da empresa, Christine Herbert, o Phenom 300 é o jato de venda fracionada mais rápida da história da companhia, que pertence ao grupo de seguros e investimentos Berkshire Hathaway, do investidor Warren Buffett.
O presidente da Embraer Aviação Executiva, Marco Túlio Pellegrini, atribui a boa aceitação da aeronave ao fato de ter a melhor cabine da sua categoria e o melhor custo operacional, cerca de 20% mais baixo na comparação com a concorrência. Seus principais competidores são os modelos CJ2 e CJ3, da americana Cessna, e os Learjet 40 e Learjet 70, da canadense Bombardier.
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O executivo afirma que o crescimento das vendas de aeronaves em cotas no Brasil acontece por conta da necessidade, cada vez maior, de mobilidade dos executivos, especialmente em função da expansão dos seus negócios para outras regiões, onde a aviação comercial não chega ou atende de forma precária.
"Quase 10% da nossa frota de 750 jatos executivos estão dedicados ao modelo de compartilhamento", disse. Em 2013, segundo o executivo, a companhia brasileira obteve a liderança mundial de mercado neste segmento, com uma participação de 65% e a entrega de 20 aeronaves. Dos 119 jatos executivos entregues no ano passado, o setor de propriedade compartilhada absorveu da ordem de 20%, informou. "O sistema de vendas de aeronave em cotas está se tornando uma alternativa interessante para o executivo que não quer ter o ônus da gestão e operação da aeronave."
Pellegrini prevê um aumento da demanda pelo compartilhamento entre os executivos que viajam uma média de 60 a 80 horas por ano, o que não justificaria a compra de um jato executivo. "A aquisição normalmente acontece nas empresas onde existe uma utilização acima de 300 horas por ano", afirma.
A porta voz da NetJet diz que considera o Brasil um mercado importante para o segmento de propriedade fracionada de aeronaves e que a empresa continua buscando oportunidades de crescimento dos seus negócios na região. Segundo Christine, os Estados Unidos ainda são o principal mercado na área de compartilhamento, mas a NetJet também enxerga um crescimento importante na Europa, onde tem operações.
"O aumento da demanda nos permitiu acelerar o passo para o investimento em novas aeronaves", afirmou a porta voz, que não detalhou os planos de aquisição da companhia. Sobre a compra de novos jatos Embraer e a confirmação das 75 opções previstas no contrato atual, Christine se limitou a dizer que a NetJet continua avaliando a necessidade de novos ajustes na frota. A empresa tem um contrato de compra de 50 unidades firmes do modelo e outras 75 opções de compra, um negócio que pode chegar a US$ 1 bilhão.
Outra importante operadora dos jatos Phenom 100 e Phenom 300 pelo sistema de propriedade fracionada é a americana Flight Options, que adquiriu 100 aviões e recebeu até o momento 29 unidades. O contrato com a Flight Options, segundo a Embraer, foi assinado em 2007 e na época somava US$ 740 milhões. Já a Executive Airshare opera sete jatos pelo mesmo sistema, de uma encomenda total de 12 aviões, avaliada em US$ 100 milhões.
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